Funcionários da Varig marcam manifestações simultâneas para semana que vem

07/04/2006 - 19h43

Alana Gandra
Repórter da Agência Brasil

Rio - Os funcionários da Varig, que fizeram hoje (7) uma manifestação no Aeroporto Santos Dumont (RJ) com o objetivo de sensibilizar a opinião pública para a situação de déficit financeiro da companhia, decidiram repetir a ação simultaneamente em Porto Alegre (RS), Rio de Janeiro (RJ) e São Paulo (SP), na próxima terça-feira (11).

Na avaliação do presidente da empresa Trabalhadores do Grupo Varig (TGV), Márcio Marsillac, "a crise está muito aguda e o caixa da Varig está numa situação bastante crítica".
A companhia corre o risco de suspender os vôos, diante da dívida de R$ 115 milhões que tem com a Infraero, relativa ao não-pagamento de tarifas aeroportuárias. Marsillac garantiu que a empresa não vai parar. Pelo menos neste final de semana. "Nós não temos segurança muito mais além disso", disse.

Segundo ele, os trabalhadores da Varig não vão admitir "falta de sensibilidade" do governo em não flexibilizar e não negociar condições para que a empresa continue voando. "É inaceitável que os trabalhadores aceitem negociar suas condições de trabalho, aceitem demissões, que arrendadores de aeronaves aceitem prorrogar prazo, aceitem carência", observou. "E você vê no governo dos trabalhadores, no governo brasileiro, uma atitude intransigente e inflexível. Isso não iremos aceitar".

Marsillac disse as movimentações não parar. "Vamos fazer um movimento atrás do outro até que o governo entenda que estamos falando sério", afirmou. "Se o governo não tomar uma atitude de interlocução produtiva com os trabalhadores e a empresa, vamos ter que fazer movimentos cada vez mais fortes".

A TGV já encaminhou pedido de audiência à ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, para o ministro da Defesa, Waldir Pires e ao presidente da Agência Nacional de Aviação Civil, Milton Zuanazzi. Uma comissão dos trabalhadores da Varig deve ser deslocada para Brasília para monitorar o andamento do pedido.

De acordo com ele, o plano emergencial apresentado pela empresa norte-americana Alvarez & Marsal, atende plenamente ao que foi requisitado para o governo para que este desse seu apoio ao processo. A empresa, contratada pela Varig, vai assumir a gestão da companhia a partir do acordo entre fornecedores e trabalhadores. "Está garantida uma gestão profissional, e é equânime o sacrifício de entidades públicas, privadas e dos trabalhadores", finalizou.