Brasil quer entrar no mercado de lançadores de satélites, afirma presidente da AEB

03/04/2006 - 21h43

Brasília, 3/4/2006 (Agência Brasil - ABr) - O Brasil é candidato a entrar no mercado de lançadores de satélites, que nos próximos oito a dez anos vai investir US$ 10 bilhões no mundo. A afirmação é do presidente da Agência Espacial Brasileira (AEB), Sérgio Gaudenzi, para quem "essa é a razão do forte lobby contra o Centro de Lançamentos de Foguetes de Alcântara, no Maranhão – manobras diretas e indiretas da concorrência".

A base de Alcântara, acrescentou, "é um local geograficamente privilegiado para essas operações". Gaudenzi lembrou que o Brasil produz lançadores de satélites e está desenvolvendo um modelo específico em parceria com a Ucrânia. "Os lançadores que o Brasil puder oferecer interessam a quem precisa usar satélites em todo o mundo, por isso podemos nos candidatar a conquistar uma fatia desse bolo".

O Programa Espacial Brasileiro, argumentou, envolve o governo e a iniciativa privada, como acontece em outros países, além de oferecer empregos, gerar divisas e, pagando impostos, os recursos voltam para reinvestimento nessa área. O que é feito no programa, composto pelas áreas de pesquisa, de produção, pelo Centro de Lançamentos, pela indústria de satélites e de lançadores, "é vendido internamente e no exterior – por isso o Brasil faz parte do seleto grupo que está na corrida espacial e é o único país do hemisfério Sul a participar dessa comunidade".

Sobre a missão do astronauta brasileiro Marcos César Pontes, Gaudenzi disse que "pelo menos 50% do mérito pela escolha do Brasil para integrar a missão se devem ao próprio empenho e obstinação dele nesse objetivo". E acrescentou: "O programa espacial faz vítimas, por isso merecem destaque as figuras de coragem que trabalham nessa área".