Polícia Federal pode intimar novamente Palocci amanhã

03/04/2006 - 19h59

Alessandra Bastos
Repórter da Agência Brasil

Brasília – À meia noite de hoje (3), acaba a validade do atestado médico apresentado à Polícia Federal (PF) pelo ex-ministro da Fazenda, Antonio Palocci para não depor. Com isso, a PF vai tentar intimá-lo amanhã para que preste depoimento já no dia seguinte, quarta-feira.

A polícia adianta que o destino de Palocci pode ser o mesmo do ex-presidente da Caixa Econômica Federal, Jorge Mattoso. Se houver suspeitas de que participou da violação de sigilo do caseiro Francenildo Costa, Palocci pode sair da polícia indiciado pelo crime de quebra de sigilo funcional, com pena prevista de até seis anos de prisão.

Palocci poderá ser indiciado ainda por outros dois crimes: abuso de poder e advocacia administrativa – quando o servidor age dentro do governo indevidamente em benefício próprio ou de terceiros.

O delegado da Polícia Federal responsável pelo caso, Rodrigo Carneiro Gomes, afirma que ainda não há convicção ou motivo para ouvir o ministro da Justiça, Marcio Thomaz Bastos. Segundo o delegado, tudo vai depender do depoimento de Palocci. As informações são da assessoria de imprensa da polícia federal.

Nesta semana, com o depoimento de dois assessores de Thomaz Bastos, o nome do ministro passou a constar na investigação sobre a quebra de sigilo ilegal do caseiro Francenildo Costa, presidida pelo delegado Rodrigo Gomes.

Outro nome que passou a constar no inquérito é do assessor de comunicação de Palocci, Marcelo Netto. O motorista de Mattoso, Francisco Chagas da Costa, disse ter visto um carro igual ao do assessor na garagem de Palocci no dia 16 de março, na ocasião em que Mattoso afirma ter entregue o extrato bancário ao ex-ministro da Fazenda.

O secretário de Direito Econômico do ministério da Justiça, Daniel Goldberg, confirma que Marcelo Neto estava na casa de Palocci. Já o chefe de gabinete do ministro Thomaz Bastos, Claudio Alencar, nega que tenha entrado na casa.

A polícia tentou intimar Marcelo Netto, na sexta-feira, para depor, mas ele não foi encontrado. Hoje, por meio da assessoria, a PF informou que ele será ouvido assim que encontrado. A polícia federal também quer ouvir novamente Jorge Mattoso, que está em São Paulo. O delegado Rodrigo Carneiro diz que ainda não decidiu se vai até a cidade ouvi-lo ou se irá designar outro delegado para colher o depoimento.