Negociação de preços com estaleiros termina neste mês, prevê presidente da Transpetro

03/04/2006 - 17h06

Rio, 3/4/2006 (Agência Brasil - ABr) - A Transpetro espera concluir neste mês as negociações com os estaleiros e o setor siderúrgico, relativas a preços, para viabilizar a construção dos primeiros 26 navios petroleiros destinados à modernização e expansão da frota própria do sistema Petrobras.

Segundo revelou hoje a empresários da Câmara de Comércio Americana do Rio de Janeiro o presidente da estatal, Sérgio Machado, a expectativa é assinar o primeiro contrato em seguida ao término das negociações e lançar o primeiro navio com equipamentos no final do ano. Ele disse considerar oito meses um prazo viável para a entrega.

Também neste ano, admitiu Machado, poderá ser aberta a licitação para a segunda etapa do programa de modernização da frota, que envolve a construção de mais 16 petroleiros. Ele revelou ter realizado uma primeira reunião com os dirigentes da Cosipa/Usiminas para discutir o preço do aço para navios, que no mercado interno custa 30% mais que o exportado a países concorrentes.

Em caso de impasse com os produtores, o presidente da Transpetro afirmou que poderá recorrer à importação com isenção tributária, pagando apenas o frete. Essa possibilidade está prevista no programa de drawback (desoneração de impostos na importação vinculada a um compromisso de exportação) para a indústria naval, explicou, sem mencionar qual seria o nível de preço ideal.

No momento, a Transpetro negocia também com todos os consórcios e empresas qualificados na licitação, para chegar ao melhor preço. O custo apresentado pelas empresas é até 50% mais caro que o dos navios fabricados no exterior. "Para isso, a Comissão de Licitação está abrindo a caixa preta, a fim de discutir cada item e chegar ao justo valor", explicou. E reconheceu que o custo do primeiro navio do programa será superior ao do segundo "e assim sucessivamente, até que se chegue a preços competitivos internacionalmente".

A vinda para o Brasil da empresa Wartsila, para produzir motores marítimos em convênio com a Nuclep (Nuclebrás Equipamentos Pesados), poderá reduzir o preço desses produtos no país, tornando-os competitivos, admitiu Sergio Machado.

Os 42 navios petroleiros que integram o programa de modernização e expansão da frota da Transpetro têm custo total de US$ 1,9 bilhão, dos quais US$ 1,1 bilhão se referem à primeira fase de construção.