América Latina precisa desenvolver sua tecnologia para superar atraso, defende Cepal

03/04/2006 - 17h40

Cristiane Ribeiro
Repórter da Agência Brasil

Belo Horizonte (MG) – Os países da região precisam ampliar os investimentos em inovação tecnológica para superar os mais de 25 anos de baixo crescimento econômico. A receita é do economista argentino José Luis Machinea, presidente da Comissão Econômica para a América Latina e Caribe (Cepal) – braço da Organização das Nações Unidas (ONU) para a região.

"Tivemos muitos avanços na região e o Brasil é um bom exemplo, pois investe 1% do Produto Interno Bruto (PIB) em tecnologia, enquanto a grande maioria só destina 0,5% do PIB a projetos de inovação tecnológica", diz. "No entanto, é preciso redobrar o esforço com uma maior participação das universidades e dos institutos de pesquisas", avaliou Machinea.

O secretário-geral da Cepal participou, esta tarde, de palestra do Banco Interamericano de Desenvolvimento (Bid) , que são os representantes dos países, fizeram exposições sobre os programas que desenvolvem com o apoio do banco para a redução da pobreza e na áreas de infra-estrutura.

O secretário geral da Organização dos Países Americanos (OEA), José Miguel Insulza, atribuiu o endividamento de países pobres da América Latina com o BID à instabilidade política dos governos. Ao discursar hoje (03) na segunda sessão plenária da Reunião Anual dos Governadores do Bid, em Belo Horizonte (MG), Insulza lembrou que dos cinco países (Bolívia, Haiti, Honduras, Nicarágua e Guiana) que não conseguiram pagar os empréstimos com a instituição, apenas Nicarágua não passou por crise política recentemente.

Insulza considerou que os altos índices de pobreza nestes países estão diretamente relacionados com "a falta de estrutura governamental". E, para que estes governos comecem a colocar a casa em ordem ele recomendou que os governos deixem de exercer o controle do poder judiciário e também promovam a liberdade de imprensa.