Presidente argentino defende Mercosul como estratégia para ampliar a voz nos fóruns internacionais

18/01/2006 - 19h50

Ana Paula Marra
Repórter da Agência Brasil

Brasília – O presidente da Argentina, Néstor Kirchner, defendeu a consolidação definitiva do Mercosul como "opção estratégica para ampliar a voz nos fóruns multilaterais" e fortalecer políticas externas dos dois países. Na sessão conjunta do Congresso Nacional em sua homenagem, ele destacou a responsabilidade do Brasil e da Argentina de estarem à frente dessa integração.

Na avaliação do chefe de Estado argentino, o "fim da competição interna" no Mercosul também é fundamental para que o bloco se consolide de uma vez por todas e seja forte frente aos outros organismos internacionais.

Kirchner disse que é importante que o Brasil e a Argentina resolvam todas as suas pendências bilaterais para que possam, de fato, tornarem-se parceiros políticos, econômicos e sociais. Ele enumerou, ao participar da cerimônia no Congresso Nacional, diversos pontos de convergência entre os dois países. Um deles seria o interesse em combaterem a fome e a miséria mundial e reduzirem as desigualdades sociais. Kirchner também destacou o interesse comum dos dois países na busca por regras comerciais mais justas na reunião da Organização Mundial do Comércio, em Hong Kong, em dezembro do ano passado.

Antes de Kirchner discursar, o presidente da Câmara dos Deputados, Aldo Rebelo, disse que "a integração entre Brasil e Argentina e outros países irmãos da América Latina não é uma escolha. É um destino, que desenhou para nossas pátrias e nossos povos uma esperança comum e uma história comum".

O discurso do presidente do Senado, Renan Calheiros, que também esteve presente à cerimônia de boas vindas ao presidente argentino, também seguiu a linha da importância da integração entre os dois países. Renan disse "em nenhum momento, mesmo nos dias de maior descrença no aprofundamento de nossa aliança, esta Casa deixou de acreditar e apostar na justeza do caminho que Brasil e Argentina iam seguindo desde os anos 80".

Depois da cerimônia no Congresso Nacional, o chefe de Estado argentino seguiu para o Supremo Tribunal Federal, onde se encontrou com o presidente da instituição, Nelson Jobim.