Federação propõe qualificação para trabalhadores do setor de açúcar e álcool

13/01/2006 - 19h06

Bianca Paiva
Da Agência Brasil

Brasília – A falta de mão-de-obra qualificada para as 51 novas usinas de cana-de-açúcar que devem ser construídas até 2010 tem preocupado o setor de açúcar e álcool. Segundo o presidente da Federação dos Trabalhadores das Indústrias Químicas e Farmacêuticas do Estado de São Paulo (Fequimfar), Danilo Pereira da Silva, outro problema é a mecanização do corte da cana, que "também tem tirado o emprego de muitos trabalhadores".

Hoje, representantes da Fequimfar apresentaram ao ministro da Agricultura, Roberto Rodrigues, um projeto de qualificação e requalificação dos trabalhadores do setor.

De acordo com o presidente da federação, cada máquina que corta cana substitui 120 empregados. Em função da informatização, segundo ele, houve uma queda de quase 50% na mão-de-obra.

"Estamos apresentando um projeto piloto no sentido que a gente requalifique esses trabalhadores, que podem ser reaproveitados na própria usina em outros setores", explicou Pereira da Silva. "Também se pode fazer a reconversão desses trabalhadores para outro tipo de cultura."

Ele informou que, só neste ano, em São Paulo, já começam a funcionar 12 destilarias. "Estamos preocupados não só com aqueles que vem perdendo o emprego, em função da mecanização, mas também por causa das novas indústrias que estão sendo instaladas sem termos mão-de-obra qualificada", afirmou.

O projeto deve beneficiar cerca de 2.800 trabalhadores, contou da Silva, que também é presidente da Força Sindical de São Paulo. Ele disse ainda que o custo aproximado para o treinamento deles é de R$ 2 milhões.

Segundo o presidente da federação, o ministro Roberto Rodrigues "gostou do projeto" e "há o apoio dele para ser aprovado na Câmara Setorial do Setor Sucroalcooleiro". Se aprovado na Câmara, o projeto deve ser encaminhado ao Ministério do Trabalho.

"Temos uma reunião da câmara setorial já no início do mês de fevereiro. A nossa idéia é que, até maio, um pouco antes de começar a safra desse ano, a gente comece a realizar esses cursos", previu.