Alencar rebate questionamentos à presença de tropas brasileiras no Haiti

10/01/2006 - 11h42

Priscilla Mazenotti
Repórter da Agência Brasil

Brasília - O vice-presidente da República e ministro da Defesa, José Alencar, rebateu as afirmações de parlamentares de que a presença do Brasil na Força de Paz das Nações Unidas no Haiti deveria ser questionada após a morte do comandante da missão, general Bacellar, no último sábado (7). "Nós não podemos encontrar condições para questionar a missão de paz do Brasil no Haiti, não é hora para isso. Nos mantermos lá e no comando é o que desejamos", disse.

O Congresso Nacional deve decidir, no início deste ano, se a força de paz brasileira deve continuar no Haiti. Segundo Alencar, os parlamentares "são absolutamente lúcidos para compreender que é hora de o Brasil firmar a sua posição no cenário internacional".

"Temos, no momento, a perda do comandante de todas as tropas que estão ali. Perdemos esse grande brasileiro. Compete agora a manutenção da nossa participação e a superação desses problemas para evitar qualquer coisa que possa afetar a imagem do Brasil no exterior", disse Alencar.

Ao participar de reunião com o vice-presidente, o comandante do Exército, general Francisco Albuquerque, também defendeu a manutenção das tropas brasileiras no Haiti. "É uma missão de risco, mas essa é a nossa profissão. Agora, no momento, o Brasil tem de cumprir essa missão como está cumprindo outras. Estamos, no momento, cumprindo nove missões de paz. Ao longo do tempo já cumprimos 34 missões e essa é mais uma", explicou.

O general Albuquerque disse que o Itamaraty está em contato com a ONU para que o comando da missão continue com o Brasil. "Os contatos que estão sendo feitos são nesse sentido: de manter a missão conosco. Queremos continuar, queremos mostrar que somos capazes e que vamos cumprir mais essa missão", ressaltou.

Até o fim da semana, o general deve ir ao Haiti e à sede da Organização das Nações Unidas (ONU) em Nova Iorque para tratar do comando brasileiro na força militar da Missão de Estabilização das Nações Unidas no Haiti (Minustah). "Eu irei até o Haiti ao final da semana e posteriormente irei à ONU para abordar os mais diversos assuntos que digam respeito à participação do Brasil e do exército brasileiro em missões de paz", disse o general.