Diretor do FMI elogia aumento do superávit primário pelo governo Lula

10/01/2006 - 21h06

Mylena Fiori
Repórter da Agência Brasil

Brasília – O Fundo Monetário Internacional está satisfeito com os resultados da economia brasileira, segundo diretor-geral da instituição, Rodrigo de Rato. Durante solenidade de formalização da quitação da dívida do Brasil junto ao Fundo, no Palácio do Planalto, Rato fez elogios à política econômica.

"Esses feitos são bastante expressivos, e muito se deve à firmeza do governo na aplicação de políticas macroeconômicas prudentes e à credibilidade e solidez das instituições responsáveis pela política macroeconômica do país", reiterou. Como exemplo, citou a elevação da meta do superávit primário ainda nas primeiras semanas do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Superávit primário é a economia que o governo faz, cortando gastos para pagar juros de sua dívida externa.

"Essa decisão foi fundamental para traçar o rumo das políticas e restaurar a confiança", avaliou. Rato também elogiou a política monetária, "conduzida com perícia e determinação", com destaque para o sistema de metas de inflação e para a manutenção do regime de câmbio flutuante,

"Com base no vigor de suas políticas e na credibilidade de suas instituições, o Brasil finalmente deixou para trás um longo período de instabilidade macroeconômica. Como resultado, não haverá mais décadas perdidas, crises da dívida ou pacotes financeiros emergenciais, mas ainda há vários desafios a vencer", destacou, na presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, e de diversos ministros, entre eles o ministro da Fazenda, Antonio Palocci. Também participaram da cerimônia do diretor do Banco Central, Henrique Meirelles, o secretário do Tesouro Nacional, Joaquim Levy, banqueiros e empresários.

Rato afirmou que há três anos, data do último acordo brasileiro com o FMI, o Brasil vivia uma profunda crise de confiança. "Muitos descrentes previam que o país teria que declarar a moratória de sua dívida, que o câmbio entraria em colapso e que rapidamente veríamos uma volta ao passado de inflação crônica e elevada. Três anos fizeram uma enorme diferença!", disse. Pontualmente, diretor-geral do FMI mencionou o crescimento da produção e do emprego, o aumento dos recursos direcionados para programas sociais e a redução do índice de pobreza em um terço desde o início do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva – de 36% em 2002 para 25% em 2004.