Tarifa de ônibus foi preço administrado que mais subiu em 2005, segundo Ministério da Fazenda

07/01/2006 - 13h45

Mylena Fiori
Repórter da Agência Brasil

Brasília – A tarifa de ônibus representa até 8% do orçamento familiar em algumas cidades, como o Rio de Janeiro, segundo pesquisa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Os preços de passagem respondem por 5% do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) – usado para o cálculo da meta de inflação pelo Banco Central.

É o preço administrado que mais pesou de janeiro a novembro do ano passado, segundo pesquisa da Secretaria de Acompanhamento Econômico (Seae) do Ministério da Fazenda. A tarifa de ônibus também foi o preço administrado que mais cresceu em 95, 98, 2001 e 2003. Preços administrados são os regulados por órgãos governamentais – como tarifas de energia, telefone, ônibus, gasolina e planos de saúde. Estudo da Seae mostra que, entre maio de 1995 e novembro do ano passado, os preços administrados subiram quase quatro vezes mais que os preços livres – que não têm nenhum tipo de regulação, como alimentos, roupas e eletrodomésticos. Somente até novembro do ano passado, os preços administrados cresceram 8,38%, contra 4,02% dos preços livres.

A Saea critica a falta de periodicidade ou índice definido para reajuste das tarifas. Os aumentos de tarifa estão vinculados ao custo do serviço e, segundo conclui o estudo da Seae, estão sujeitos a variações do "ciclo político". "Em geral, nos anos de eleição municipal, há prefeituras que deixam de reajustar as tarifas de ônibus urbanos", diz o documento. Em 2004, por exemplo, as passagens de ônibus permaneceram estáveis em Salvador, São Paulo, Goiânia e Distrito Federal.