Brasileiro chefe militar de missão da ONU no Haiti é encontrado morto, mas causa não foi descoberta

07/01/2006 - 17h47

Brasília – O general brasileiro Urano Teixeira da Matta Bacellar, que desde setembro de 2005 era o chefe militar da Missão das Nações Unidas para a Estabilização no Haiti (Minustah), foi encontrado morto hoje (7) pela manhã no quarto do hotel onde morava, em Porto Príncipe, capital daquele país.

A causa da morte ainda não foi descoberta, mas as investigações já começaram. De acordo com o assessor de Informações Públicas da força brasileira no Haiti, tenente-coronel Fernando da Cunha Matos, o militar foi vítima de um "acidente com arma de fogo". Em nota, o Exército brasileiro lamentou o ocorrido e disse que vai acompanhar o processo de investigação sobre o caso.

O Brasil comanda a força militar da missão de paz da ONU desde junho de 2004. Os 1.200 soldados do país que estão no Haiti formam o maior contingente brasileiro enviado ao exterior desde a 2ª Guerra Mundial.

A ONU autorizou o envio de força militar (composta por cerca de 7.500 soldados e policiais) àquele país para garantir a estabilidade após a queda do ex-presidente Jean Bertrand Aristide, em fevereiro de 2004. Na ocasião, foi instalado um Governo Provisório, responsável, dentre outras funções, pela promoção de novas eleições.

O pleito para presidente e para os integrantes do poder legislativo estava previsto para ocorrer este mês, mas foi adiado pela quarta vez. A nova data deveria ter sido anunciada esta semana, o que não aconteceu. A última eleição no Haiti foi em 1996, quando Aristide foi eleito.

Ontem (6), o Conselho de Segurança da ONU, pediu a realização das eleições até o dia sete de fevereiro, reiterando às autoridades no Haiti a necessidade de garantir regras democráticas. que são organizadas pelo governo atual e por um Conselho Eleitoral Provisório, que tem a participação da Organização dos Estados Americanos (OEA) e da própria missão da ONU.