Venda de subsidiárias da Varig é aprovada em colegiado da Fundação Ruben Berta

05/01/2006 - 19h38

Rio, 5/1/2006 (Agência Brasil - ABr) - Os membros do Colégio Deliberante da Fundação Ruben Berta, controladora do grupo Varig, aprovaram hoje (5) em assembléias extraordinárias realizadas no Rio de Janeiro o processo de venda das subsidiárias VarigLog e Varig Engenharia e Manutenção (VEM). A companhia de aviação portuguesa TAP já fez aporte de capital, no final do ano passado, para aquisição das empresas, no valor de US$ 62 milhões, com financiamento do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), enquanto o grupo de investidores Matlin Paterson, dos Estados Unidos, oferece US$ 77 milhões pelas empresas.

A operação poderá ser concretizada de forma isolada, admitiu o presidente da Varig, Marcelo Bottini. Segundo avaliou, "o melhor dos mundos seria a TAP ficar com a VEM e o Matlin com a VarigLog, porque a empresa ficaria com dois grandes investidores".

O Colégio Deliberante da FRB rejeitou a proposta do empresário Nelson Tanure, de Docas Investimentos, de assumir o controle da fundação. A proposta já havia sido retirada pelo empresário no período da manhã. Foi ratificado, ainda, o plano de recuperação judicial da Varig, aprovado em 19 de dezembro em assembléia dos credores. O plano prevê que os créditos sejam agrupados em quatro fundos de investimentos e participação (FIPs). Três desses fundos serão distribuídos entre os credores das classes 1 (trabalhistas), 2 (com garantias) e 3 (sem garantias). Já o quarto fundo será destinado à Fundação Ruben Berta, que detém 87% do capital votante da Varig.

Nelson Tanure havia demonstrado disposição de disputar a compra das subsidiárias da Varig. O presidente do Conselho de Curadores da FRB, César Cury, disse ter sido surpreendido com a retirada da proposta de Tanure de assumir o controle da entidade e o comando da Varig. "Foi uma surpresa para nós. Foi uma decisão tomada por Docas , que não era esperada pela FRB", afirmou.

Em 13 de dezembro, quando foi anunciada a transação entre Docas Investimentos e a FRB, Cury analisou como muito importante essa negociação porque Docas é "uma empresa totalmente independente, especializada no assunto de reestruturações", que poderá agora trazer para dentro das negociações todos os ativos da FRB. Com a desistência da compra do controle acionário por Tanure, a possibilidade de integrar os demais ativos da FRB à negociação deixa de existir.

O presidente da Varig, Marcelo Bottini, anunciou que no dia 12 a companhia deverá pagar U$ 56 milhões referentes a parcelas fixadas pela Justiça norte-americana para as empresas de leasing, ou aluguel, naquele país. Bottini disse já ter U$ 29 milhões do fluxo de caixa. O restante virá de recebíveis, relativos à venda de passagens com cartão de crédito. No dia 25, a Varig deve receber o plano de recuperação homologado, que deverá ser referendado em assembléia no dia 31.