Dieese conclui que alta no preço em alimentos não foi maior que ajuste de salário mínimo em 2005

05/01/2006 - 18h55

Lana Cristina
Repórter da Agência Brasil

Brasília – Apesar de ter registrado, em 16 capitais, a alta no preço do conjunto de gênero alimentícios essenciais que compõem a cesta básica em 2005, o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Sócio-Econômicos (Dieese) concluiu que o aumento do custo desses produtos não superou o aumento concedido ao salário mínimo no mesmo período. O mínimo foi reajustado em 15,4% de 2005 para 2004.

As capitais que registraram maior aumento no valor da cesta básica foram Belo Horizonte (16,16%), João Pessoa (14,64%), Recife (14,08%), Curitiba (13,48%). Os menores aumentos foram apurados em Goiânia (0,15%) e Natal (3,13%). O Dieese faz o levantamento mensal dos preços de produtos alimentícios que compõe a cesta, definidos pela lei 399, de 1940.

As outras capitais incluídas na pesquisa são: Florianópolis, Belém, Brasília, Vitória, Aracaju, São Paulo, Porto Alegre, Rio de Janeiro, Salvador e Fortaleza.

O tempo de trabalho necessário, para quem é remunerado pelo salário mínimo adquirir os produtos básicos, caiu em 2005, em relação a 2004. Na média das 16 capitais, uma jornada de 117 horas e 29 minutos foi necessária para adquirir a cesta básica no ano passado, enquanto em 2004 eram necessárias 124 horas e 48 minutos. A diferença é de quase sete horas.

Nos dois anos comparados, a capital onde a cesta básica atingiu o maior valor nominal foi Porto Alegre. Em 2005, a cesta na capital gaúcha custou R$ 191,30. Em São Paulo, ela foi de R$ 183,43, no Rio de Janeiro, de R$ 178,09, em Brasília, de R$ 177,20, e, em Curitiba, de R$ 176,92. O menor valor da cesta foi encontrado em Fortaleza, R$ 133,04.

Os produtos que mais influenciaram na alta da cesta básica em dezembro passado foram o açúcar, cujo preço subiu em 13 capitais, e em seguida o arroz, o tomate, a batata e o feijão. Em Florianópolis o preço do açúcar ficou mais alto 8,80%, a maior alta entre as capitais. O arroz, cujo preço vinha apresentando queda há mais de 12 meses, subiu em nove capitais e teve altas mais expressivas em Aracaju (16,55%) e Fortaleza (11,55%).

O tomate também registrou alta em nove capitais em dezembro, com aumentos expressivos em João Pessoa (30%), Recife (23,75%) e Brasília (22,91%). E a batata, que é pesquisada em nove das 16 capitais, sofreu alteração para cima no preço em todas elas. A taxa mais alta ficou por conta de Goiânia, onde o preço do produto aumentou 42,70%. O menor aumento do tomate foi registrado em Curitiba, 22,14%.