Aproximação de Brasil e Austrália foi importante nas conclusões da 6ª reunião da OMC, diz Amorim

04/01/2006 - 17h26

Mylena Fiori
Repórter da Agência Brasil

Brasília – O bom entendimento entre o Brasil e a Austrália foi, na avaliação do ministro de Relações Exteriores, Celso Amorim, de grande importância para os resultados alcançados na 6ª reunião Ministerial da Organização Mundial do Comércio (OMC), realizada em Hong Kong de 13 a 18 de dezembro. Outro ponto apontado por Amorim foi a aproximação do G 20 – grupo de 21 nações que pede redução de subsídios agrícolas – com o Grupo de Cairns, composto por 19 países exportadores de produtos agropecuários.

As negociações sobre fins de subsídios agrícolas à exportação e abertura de mercados para produtos de países em desenvolvimento foram também temas tratados por Amorim e pelo Ministro dos Negócios Estrangeiros da Austrália, Alexander Downer, em reunião de trabalho hoje, em Brasília.

"Tratamos da importância de se chegar rapidamente a um acordo no quadro da Rodada de Doha", contou Amorim ao final do encontro. Segundo o ministro, Austrália e Brasil concordam que os avanços conquistados até agora na Rodada de Doha – lançada há três anos na capital de Catar com o desafio de ser a rodada do desenvolvimento – estão aquém do desejado, mas "são importantes e apontam na direção correta".

Em Hong Kong, os 149 países membros da OMC fixaram a data de 2013 para a total eliminação dos subsídios à exportação de produtos agrícolas, que distorcem os preços no mercado internacional.

Durante a cúpula ministerial de Hong Kong, Brasil e Austrália promoveram a aproximação do grupo de Cairns, composto por grandes exportadores agrícolas mundiais (inclusive Brasil e Austrália), com o G20 – grupo de países em desenvolvimento liderado pelo Brasil e pela Índia.

Dois dias antes do final da conferência, os 27 membros do G20 e do Grupo de Cairns – que juntos representam mais da metade da população mundial – divulgaram nota conjunta reafirmando que o motor da atual rodada é a agricultura e pressionando União Européia e Estados Unidos por avanços nas negociações.