Brasília, 6/7/2005 (Agência Brasil - ABr) - O secretário-executivo do ministério do Planejamento, Nelson Machado, disse no programa Diálogo Brasil, exibido em rede pública gerada pela TV Nacional, que o governo pretende colocar em meio eletrônico os editais de compras governamentais, para dar maior transparência ao processo. "Isso amplia muito a capacidade de acompanhamento da sociedade, de todo o processo, inclusive os valores. É o que vem se chamando de agenda da eficiência", afirmou.

Para o diretor-executivo da organização não-governamental Transparência Brasil, Cláudio Weber Abramo, que participa do programa no estúdio da TV Cultura, em São Paulo, seria necessário agregar ao sistema eletrônico de publicidade das compras governamentais uma central de cadastro dos serviços e produtos demandados. "É uma falha que tem que ser corrigida. Em São Paulo, por exemplo, há a bolsa de compras eletrônicas, mas não há dados centralizados. Não há padronização do produto. Assim, não dá para comparar. Se não for possível comparar, o estado perde a eficiência e a sociedade tem menos visão", defendeu.

Nelson Machado argumentou que a padronização é algo almejado, mas difícil de implantar. Ele disse ter trabalhado na implantação da bolsa eletrônica de São Paulo e que houve a tentativa de adotar a padronizar, sem sucesso. "Percebeu-se, por exemplo, que havia mais de 30 tipos de papel sulfite, em função da gramatura, do peso, da cor", contou. Segundo o secretário-executivo do ministério do Planejamento, quando o governo adotou o sistema de pregão eletrônico para compras de produtos, decidiu não adotar a padronização porque inviabilizaria a implantação do sistema em um curto espaço de tempo. "Levaria muito tempo para implantar o sistema. Mas, de todo modo, com certeza a padronização dos produtos é uma questão crucial das compras governamentais", observou.