Justiça liberta diretor do Ibama investigado pela Operação Curupira

08/06/2005 - 17h12

Cecília Jorge
Repórter da Agência Brasil

Brasília - O diretor de Florestas do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Renováveis (Ibama), Antonio Carlos Hummel, preso na Operação Curupira, foi solto na terça-feira (7). A prisão preventiva foi revogada pela Justiça a pedido do procurador da República Mário Lúcio Avelar, o mesmo que havia solicitado a prisão do diretor.

Segundo o delegado federal responsável pela investigação do caso de corrupção no Ibama de Mato Grosso, Tardelli Boaventura, a decisão de revogar a prisão foi tomada após o depoimento de Hummel à Polícia Federal, em Cuiabá. "O procurador acompanhou o interrogatório. A Polícia Federal não tinha nada contra ele (Hummel). No final, o procurador concluiu que não deveria sequer ter indiciado ele", afirmou Boaventura.

Antonio Hummel estava sendo investigado pelo Ministério Público Federal por aprovar planos de manejo suspeitos em terras já desmatadas. Segundo a Polícia Federal, o nome dele foi citado em conversas telefônicas gravadas durante a investigação por pessoas envolvidas no esquema de extração e venda de madeira ilegal em Mato Grosso.

O presidente do Ibama, Marcus Barros, defendeu a inocência do diretor e disse esperar seu retorno ao cargo. "Eu conheço o Hummel há 23 anos. Ele não tem nada a ver com isso, pelo contrário, é um dos servidores que mais nos tem ajudado no combate a esse tipo de agressão sobre a floresta, sobre o manejo", afirmou Barros, após participar de evento nesta quarta-feira no Ministério do Meio Ambiente.

Segundo Marcos Barros, Hummel responderá a processo administrativo disciplinar que foi aberto após sua prisão. "Se o processo confirmar o que eu tenho vivenciado com ele nesses 23 anos, eu vou pedir a ele que retorne e pedir à ministra que o faça diretor outra vez", disse o presidente do Ibama. O prazo de conclusão do processo é de até 60 dias.

De acordo com a Polícia Federal em Mato Grosso, foram soltas também a gerente do Ibama em Sinop (MT), Ana Luíza Mancini da Riva, e a advogada da Fundação Estadual do Meio Ambiente (Fema) do Mato Grosso Mauren Lazzaretti. Segundo a assessoria de imprensa da PF, elas já prestaram depoimento e foram liberadas.