Lula participa da Cúpula da Governança Progressista

14/07/2003 - 9h11

Londres, 14/7/2003 (Agência Brasil - ABr) - o presidente Luiz Inácio Lula da Silva participa neste momento da reunião da Cúpula da Goverança Progressista com 14 chefes de Governo para tratar de questões voltadas para uma reforma social aliada à democracia e ao desenvolvimento dos paises mais pobres. A chamada Terceira Via, idealizada pelo primeiro-ministro britânico Tony Blair. A reunião é fechada à imprensa e acontece no Hotel Pennyhill Park, no Country Club, na cidade de Bracknell, na região de Surrey, a 1h30 de Londres.

Lula deve voltar a falar no mesmo tom dado ontem (13), em seu discurso no encerramento da Conferência da Governança Progressista, quando afirmou que os Estados Unidos e os paises ricos devem ajudar os paises em desenvolvimento, aplicando dinheiro no combate às doenças, educação e criando condições estruturais para o crescimento os países pobres.

Hoje pela manhã, o presidente Lula tomou café com os presidente do Chile, Ricardo Lago, e da Argentina, Nestor Kirchner, que participam da reunão de agora à tarde. O primeiro-ministro britânico Tony Blair declarou no Hotel Pennhyill Park que se manifesta favoravelmente à reforma do Conselho de Segurança da ONU. Ontem, Lula e Blair se encontraram durante 40 minutos e o presidente brasileiro falou da aspiração do país por uma vaga permanente. Tony Blair afirrmou à imprensa que deve existir uma candidatura latino-americana e que o Brasil é o candidato mais proeminente dessa região para ser membro do Conselho. "O mundo todo vê no Brasil uma candidatura bem estabelecida. A Inglaterra manifesta empatia pela entrada do Brasil no Conselho", afirmou Blair.

Durante o café da manhã de hoje, o presidente Lula e os presidentes da Argentina e do Chile conversaram sobre o Mercosul. Eles decidiram realizar uma reunião extraordinária para dentro de 60 dias, decidir medidas para ampliar a integração entre os países do bloco e melhorar as relações com a União Européia. Lula firmou que se as negociações com os Estados Unidos para implementação da Área de Livre Comércio das Américas (ALCA), em 2005, não chegarem a um bom termo, o Brasil vai repassar a discussão à Organização Mundial do Comércio (OMC), na reunião de Cancun, em setembro. "A posição do Brasil não mudou perante a Alca. Existe um calendário para ser cumprido, a discussão está na mesa. o Brasil tem posições definidas em relação à Alca. Os Estados Unidos querem levar todas as coisas que lhe interessam para a OMC e nós também levaremos, a não ser que haja mudança no comportamento dos Estados Unidos em relação a este assunto", declarou o presidente brasileiro.

Lula destacou que deve existir uma visão dos países ricos de que os mais pobres precisam ter apoio semelhante ao que a União Européia deu a Grécia, Espanha e Portugal. "Existem paises na América do Sul com pouco poder competitivo, estamos trabalhando para que o Mercosul se transforme em um bloco sólido e para que outros países entrem nesse bloco para assim, conseguirmos melhorar a relação com a União Européia e retirar os ostáculos que dificultam a exportação dos países em desenvolvimento", afirmou Lula. Dessa maneira, o presidente acredita que a negociação com a Alca vai facilitar o fortalecimento do Mercosul para que ele tenha força de negociar com outros blocos econômicos.

A última atividade do presidente Lula hoje, em Londres, antes da partida para Madri, é a palestra pública que ele concede na Universidade London School, um dos principais Centros de Estudos políticos e Econômicos do mundo. Lá também já esteve o presidente Fernando Henrique Cardoso. Na Escola de Londres, já passaram grandes nomes, desde que foi fundada em 1895. Entre ex-alunos e professores da London School, 13 já ganharam o prêmio Nobel e cerca de 30 atuais ou ex-chefes de estado de todo o mundo também já trabalharam ou estudaram na Universidade.

A presença de Lula despertou interesse de forma que a Universidade teve que transferir a palestra do presidente de um teatro com capacidade para 500 pessoas, para outro com mil cadeiras. Quem não conseguir lugar, poderá acompanhar a palestra de um telão instalado em uma sala ao lado.