Rio, 17/02/2003 (Agência Brasil – ABr) – O lucro consolidado da Petrobras, suas subsidiárias e controladas atingiu, em 2002, o montante de R$ 8,098 bilhões, resultado 17,98% inferior aos R$ 9,867 bilhões relativos ao exercício de 2001, depois de realizada a eliminação das operações intercompanhias e as deduções decorrentes da participação dos acionistas minoritários.
Já o lucro da holding, não considerando as subsidiárias e controladas (não consolidado), atingiu R$ 9,804 bilhões, resultado também inferior em 4,7% ao relativo ao exercício de 2001. No quarto trimestre do ano passado, o lucro líquido consolidado chegou a R$ 2,829 bilhões, com crescimento de 19% em relação ao resultado do terceiro trimestre.
Este crescimento do lucro líquido consolidado, entre o terceiro e o quarto trimestre do ano passado, foi proveniente, principalmente, da margem bruta de comercialização (36%), em razão do comportamento dos preços dos derivados vendidos no mercado interno, neste último trimestre, ter refletido o repasse parcial do aumento das cotações no mercado internacional, do aumento das exportações de óleo do Campo de Marlim, além da valorização de 9% do real frente ao dólar.
Os investimentos consolidados da companhia, no exercício de 2002, atingiram o montante de R$ 18,864 bilhões, com crescimento de 90% em relação ao exercício de 2001. Já o valor de mercado da companhia atingiu o montante de R$ 54,308 bilhões, em 31 de dezembro de 2002.
Ao divulgar os números do ano passado, o presidente da companhia, José Eduardo Dutra, ressaltou a "grande capacidade de adaptação e competitividade da Petrobras, que levou a empresa a encerrar o exercício com resultados bastantes positivos, apesar da grande volatilidade no mercado nacional e internacional".
Com o lucro liquido consolidado de R$ 8,098 bilhões obtido em 2002, o Conselho de Administração da Petrobras vai propor na próxima Assembléia de Acionistas, no final do mês, a distribuição de R$ 2,761 bilhões – o equivalente a R$ 2,53 por ação.
As Demonstrações Contábeis da Petrobras indicam, por outro lado, que as reservas provadas de petróleo no Brasil atingiram no final do ano passado 11,01 bilhões de barris de óleo e gás equivalente, com um crescimento de 13,9% em relação a 2001. Segundo a estatal, a produção nacional média de petróleo e líquido de gás natural em 2002 cresceu 12%, o que deu uma média diária ao longo do ano da ordem de 1,5 milhão de barris por dia. No último trimestre do ano, esta média chegou a 1 milhão 691 mil barris/dia – resultado que chega a ser 0,7% acima da média estabelecida de 1,49 milhão de barris por dia.
Segundo a Petrobras, este aumento da produção se deveu, principalmente, à interligação de novos poços às plataformas dos campos de Marlim, Albacora e Espadarte; à produção do Módulo 1 do Campo de Marlim Sul, através da unidade P-40; e também à entrada em produção da unidade Seillean no Campo de Jubarte, no litoral do Espírito Santo. Também contribuiu para o resultado o crescimento da produção do Campo de Roncador, com a entrada de mais uma unidade de produção (FPSO Brasil) que deverá atingir a produção de 90 mil barris por dia no segundo trimestre deste ano.
No que diz respeito ao endividamento externo da Companhia, os números indicam que o Sistema Petrobras alcançou um endividamento, em 31/12/2002, da ordem de R$ 31,482 bilhões, refletindo, principalmente, o impacto da desvalorização cambial sobre parcela da dívida e pela redução das disponibilidades de caixa, devido à compra das empresas Perez Companc, Petrolera Perez Companc e Petrolera Santa Fé, no montante de R$ 2,9 bilhões. (Nielmar de Oliveira)