Governo conclui estudos sobre a venda das ações do BB

11/04/2002 - 21h15

Brasília, 11 (Agência Brasil - ABr) - O Governo Federal está prestes a finalizar os estudos que vão garantir a abertura do capital do Banco do Brasil ao mercado financeiro. Até o fim do primeiro semestre deste ano, o Banco do Brasil pretende disponibilizar 25% das ações da instituição para ampliar os investimentos na empresa e pulverizar o capital da organização a partir da transformação de ações preferenciais (papéis cujo comprador detém apenas parte dos lucros da empresa, mas sem direito a voto) em ordinárias (além da participação nos lucros, os donos desse tipo de ação têm direito a voto e pode influenciar nas decisões da instituição).

Com o início das operações, que ainda não tem data definida, o banco vai poder disponibilizar até 115 bilhões de papéis no mercado, cerca de 16,3% das ações da instituição. A medida é uma forma de colocar a instituição no novo mercado - grupo formado por grandes empresas de alto padrão de qualidade e elevado nível de transparência no mercado financeiro. Das mais de 339 bilhões de ações existentes no banco, apenas 8,7% estão à disposição do mercado atualmente.

Com a alteração, mais de 16% dos ativos poderão ser adquiridos por qualquer comprador que estiver disposto a pagar pela cotação do papel no mercado. Para o presidente do Banco do Brasil, Eduardo Guimarães, o lançamento da instituição no "novo mercado" vai agregar mais valor à empresa."Com esse lançamento vamos estabelecer a liquidez das ações", disse.
Guimarães, não descartou a possibilidade de usar recursos do Fundo de Garantia por Tempo e Serviço (FGTS) para facilitar o acesso do trabalhador às ações do Banco do Brasil.

Segundo Guimarães, a forma como a operação poderá ser feita ainda não está definida mas, segundo ele, o sucesso nas vendas das ações da Companhia Vale do Rio Doce servirão como exemplo para que o governo defina as operações de vendas das ações do BB. Apesar da decisão do Executivo de pulverizar as ações da empresa por meio da transformação das ações preferenciais em ordinárias, o ministro Malan garantiu que o governo vai continuar controlando a instituição. "Vamos preservar o controle acionário pela União", reforçou. De acordo com o ministro, a medida é o último passo para concluir o fortalecimento do sistema financeiro e de capitais da instituição, iniciado em junho do ano passado, quando foi lançado o Programa de Reestruturação das Instituições Financeiras Federais.