Brasília, 20 (Agência Brasil - ABr) - A insônia é um problema mais frequente do que se imagina e manifesta-se de diversas maneiras. Vai de uma simples dificuldade em pegar no sono, até acordar muitas vezes durante a noite ou despertar muito cedo e não conseguir mais dormir, ou até mesmo dormir uma quantidade normal mas acordar mal, como se o sono não tivesse sido suficiente ou restaurador.
Em entrevista a Radiobrás, o pneumologista Carlos Alberto Viegas, chefe do serviço de Pneumologia do Hospital Universitário de Brasília, disse que o sono satisfatório é a sensação de noite bem dormida, independente do tempo dormido. "Algumas pessoas dormem somente 2 horas e acordam dispostas. A falta de sono, por sua vez, leva à fadiga, irritabilidade, problemas de memória e sonolência durante o dia", afirmou.
De acordo com o pneumologista, um terço da população brasileira sofre de algum tipo de insônia. As mais comuns são as situacionais, que ocorrem quando a pessoa está atravessando algum tipo de problema passageiro. "Em outros casos, a insônia está relacionada a distúrbios psíquicos como a depressão, ansiedade, angústia ou stress. Essa situação é mais delicada e merece um tratamento com a ajuda de um especialista", frisou.
Muitas pessoas ingerem bebidas alcóolicas para induzir o sono. Mas essa atitude é uma péssima, porque o sono pode demorar mais para chegar ou ser de má qualidade. "O cigarro também deve ser esquecido durante a noite, pelo menos enquanto a pessoa estiver procurando dormir", explica Viegas. Ele aconselha aos insones que retirem a televisão e o rádio do quarto. "Se estiver passando algum programa interessante, será difícil conseguir começar a dormir ou continuar o sono interrompido. É necessário um lugar escuro e silencioso para descansar", disse.
O controle da insônia com medicamentos não é aconselhável. O uso de soníferos ou reguladores do sono pode se tornar um vício, produzir depressão, comprometer a coordenação motora e o comportamento da pessoa. Segundo o pneumologista, até a melatonina que há 10 anos era recomendada para induzir o sono, hoje não é mais útil no tratamento. "Os especialistas descobriram que a sua utilização leva ao acúmulo da droga no organismo, além de produzir aumento dos efeitos colaterais", reforçou.
Para se ter uma boa noite de sono, basta treinar e adquirir alguns hábitos, como horários regulares para dormir e despertar, não fazer uso de medicamentos sem orientação médica, evitar bebida estimulante e fumo antes de dormir e, principalmente, estar relaxado e tranqüilo ao ir para a cama. "Dessa forma, a pessoa estará praticando a higiêne do sono e certamente evitará a insônia e outros problemas de saúde", concluiu Viegas.
