Santa Cruz de La Sierra (Bolívia), 08 (Agência Brasil – ABr) – O ministro de Minas e Energia, Francisco Gomide, defendeu hoje a volta de investimentos da Petrobras no Parque Nacional de Refino como forma de aumentar a capacidade de refino do país, impedindo que o Brasil venha a se tornar um país exportador de petróleo líquido e importador de derivados, a partir de 2005, com o estrangulamento da capacidade interna de processamento de derivados. "Algo me diz que nós teremos uma resposta da Petrobras para este grave problema", disse Gomide. A opinião foi manifestada na sede da Petrobras Bolívia, onde Francisco Gomide participou da 2ª reunião da Comissão Bilateral de Integração Energética entre Brasil e Bolívia.

O ministro de Minas e Energia disse, ainda, que a redução do preço do gás só deverá ocorrer em um contexto mais amplo de negociação, que passará inevitavelmente pelo aumento da demanda e a conseqüente ampliação do volume do gás importado da Bolívia, que hoje é da ordem de 13 milhoes de metros cúbicos diários.

"É claro que as novas descobertas aumentam as perspectivas e ampliam o horizonte comercial entre os dois países. Agora, a redução do preço do gás tem que ser vista em um contexto mais amplo e que leve em consideração os interesses de ambas as partes. Esta comissão binacional estuda exatamente esta relação entre a demanda e a disponibilidade substancial do gás. Agora, a redução do preço do produto virá somente com a ampliação do volume transportado para o Brasil."

Presente à reunião, o diretor da Petrobras, Antonio Luiz Menezes, reforçou as palavras do ministro, adiantando que o ideal seria que o volume transportado mantivesse a média diaria de 40 milhões de metros cúbicos. Atualmente, segundo ele, são transportados 13 milhões de metros cúbicos dia, volume que chegará a 30 milhões até o final de 2004.