Governo deve adotar medidas de combate à leishmaniose em MS

08/06/2002 - 21h01

Campo Grande, 8 (Agência Brasil - ABr) - Médicos veterinários de Mato Groso do Sul definiram, esta semana, as propostas de controle da evolução da leishmaniose no Estado. Ano passado, o Centro de Controle de Zoonoses de Campo Grande diagnosticou 80 casos da doença em cães. Em maio deste ano, o número de casos confirmados passou de 100. Foram constatados 50 casos de leishmaniose visceral em humanos, dos quais, oito vieram a óbito nos primeiros meses de 2002. Diante desse quadro, a classe médica veterinária está elaborando um documento que será encaminhado às autoridades sanitárias do Estado, cobrando medidas de prevenção e controle.

Entre as medidas constam o efetivo controle dos vetores (flebotómos), através de pulverizações ambientais sistemáticas; estudo epidemiológico da doença no Estado; treinamento e capacitação de mão-de-obra técnica e profissional; elaboração de legislação sanitária estadual específica sobre a leishmaniose; informes educativos à população; e incrementação no sistema de diagnóstico e cruzamento de informações abrangentes a todo o Estado.

Segundo o diretor do Centro de Controle de Zoonoses (CCZ), em Campo Grande, Francisco Gonçalves Carvalho,"o aumento expressivo de casos em cães, nos últimos meses, em vários municípios do Estado, especialmente em Campo Grande, deixam a certeza de que "estamos vivendo uma epizootia (epidemia na espécie canina), atingindo indistintamente os animais, independente da condição. Antes, os casos se apresentavam em maior intensidade em cães de rua ou em bolsões de pobreza", enfatiza. "Embora a grande incidência tenha se verificado em cães de rua, há também um grande número em animais domiciliados", conforme explica a veterinária Daniella de Castro.

Dados da Organização Nacional de Saúde apontam que os primeiros casos humanos começam a surgir quando o índice de infestação entre cães atinge de 2% a 3%. Ano passado, o índice em Mato Grosso do Sul chegou a 8,10%, segundo informações da Secretaria de Saúde.