Novos autores podem ser bom negócio para editores, diz sindicato

09/09/2013 - 18h42

Alana Gandra
Repórter da Agência Brasil

Rio de Janeiro - Os novos escritores podem se tornar um bom negócio para as grandes editoras brasileiras, que recebem a cada dia um número amplo de originais para avaliação e estão sempre à procura de um bom texto, disse hoje (9) à Agência Brasil a presidenta do Sindicato Nacional dos Editores de Livros (Snel), Sônia Jardim.

O Snel e a Fagga Eventos encerraram ontem (8) a 16ª Bienal Internacional do Livro do Rio de Janeiro, que levou ao Riocentro, em Jacarepaguá, zona oeste da cidade, um público de 660 mil pessoas e o recorde de 163 autores brasileiros e 25 estrangeiros, nove dos quais provenientes da Alemanha, país homenageado nesta edição.

Nem todos os originais de novos autores, entretanto, são aproveitados. “Há uma mistura muito grande. Você tem que peneirar bastante para ter uma coisa dentro de um padrão de qualidade para que haja interesse comercial no mercado”. Sônia informou, entretanto, que essa é uma rotina nas editoras, que mantêm uma equipe especializada em ler os originais dos novos autores e dar o seu parecer.  “De tempos em tempos, se descobre um talento novo”.

O mercado internacional mostra que um caminho trilhado por boa parte dos novos escritores é o autor buscar a alternativa de ser publicado por meio da internet, ou seja, fazer uma autopublicação virtual, e, partir daí, servir de indício ou teste de mercado para a editora perceber que há um potencial de se fazer um trabalho mais profissional.

A presidenta do Snel advertiu, porém, que nem tudo que se publica na internet pode ser considerado literatura ou tem condição de alcançar um mercado mais amplo. “Se não, todo blogueiro seria um sucesso”. Sônia Jardim avaliou, por outro lado, que a internet é um caminho. “Muito autor tem sido descoberto, inclusive no exterior, dessa maneira”.

Sônia acredita que os fóruns e comunidades de autores ajuda no processo. “Não há dúvida nenhuma”. A Editora Record, por exemplo, tem um 'case' de sucesso, que é o escritor de literatura fantástica Eduardo Spohr, que publicou seu primeiro livro com recursos próprios, com tiragem de 100 exemplares e colocou à venda no site Jovem Nerd. Outras edições se seguiram.  “Por meio dessa movimentação de internet, a editora descobriu o Eduardo e isso virou história”.

O autor está no terceiro livro publicado pelo Grupo Editorial Record e alcançou recentemente 600 mil exemplares vendidos. “Começou com a autopublicação na internet”. Por isso, a presidenta do Snel considera que talvez esse seja um caminho para os autores que pretendem se lançar no mercado e que tencionam alcançar um número mais relevante de leitores.

Sônia não percebe nos novos escritores a intenção de deixar de publicar em papel e ficar somente com uma produção digital, os chamados e-books.

Edição: Fábio Massalli

Todo o conteúdo deste site está publicado sob a Licença Creative Commons Atribuição 3.0 Brasil. Para reproduzir o material é necessário apenas dar crédito à Agência Brasil