Marli Moreira
Repórter da Agência Brasil
São Paulo – “Sou cantador, violeiro e forrozeiro/ Sambista brasileiro e assim bem paraíba/ Um operário, milionário sem tostão/ Muito amor no coração/ Vez por outra sou escriba/ Vou por aí relembrando o mestre Lua/ Cantarolando nas ruas becos vielas e guetos/ Uma sanfona, triangulo e a zambumba/Tocando xaxado, rumba xote e baião nos coretos”.
Os versos foram declamados pelo diretor da Academia Brasileira do Cordel, Chico Salles, para mostrar à Agência Brasil a manifestação de um poeta popular seguidor da cultura musical deixada pelo Rei do Baião. Para Salles, Gonzaga é “a matriz" de toda a música brasileira regional. "Se a música brasileira pudesse ser colocada sobre quatro pilares, sem dúvida nenhuma, Luiz Gonzaga seria um deles”. Ele lembra que o legado do músico tornou-se a base de aprendizado para os estudantes de piano, de jazz e de blues.
O paraibano Chico Salles participou em São Paulo da 4ª Caravana de Cordel, no Memorial da América Latina, que teve como tema o centenário de Luiz Gonzaga. Chico Salles também faz parte do projeto do Instituto Memória Brasil, que prepara um CD comemorativo do centenário. O lançamento do CD deve ser na segunda quinzena de fevereiro do próximo ano, no Rio de Janeiro.
Outro evento comemorativo será o 1º Festival Gonzagão, previsto para o próximo sábado (14), às 15 horas, na Praça da Luz, na região central de São Paulo. As apresentações serão gratuitas e terão a participação de Chambinho do Acordeom, que tem despontado no meio, depois de ter participado do filme Gonzaga, de Pai para Filho interpretando uma das fases da vida do Rei do Baião. Também participam do festival duplas de repentistas como Edival Pereira e Gilberto Alves, Antonio Barbosa e Chico Pereira, Sebastião Marinho e Andorinha.
Hoje (13), a Agência Brasil publica uma série de matérias que mostram a trajetória do Rei do Baião. As matérias trarão também o infográfico abaixo, com trechos de algumas das músicas de Luiz Gonzaga, canções que traduzem uma verdadeira viagem pelo país que o artista fez com sua obra.
Veja a galeria de fotos.
Edição: Tereza Barbosa
Brasil comemora o centenário do seu maior sanfoneiro
Luiz Gonzaga incluiu a música e a cultura do Nordeste no mapa da mídia
Jornalista diz que Gonzaga despertou a consciência de gerações para as questões sociais
Estudioso lembra que o sanfoneiro mapeou a cultura e a geografia nordestinas em sua música
Evita, Trumann e Dutra ouviram a sanfona do Rei do Baião
Baião chegou a fazer parte de trilhas sonoras do cinema italiano
Gonzaga enfrentou o preconceito e adotou o figurino do vaqueiro nordestino
Rádio Nacional foi fundamental para difundir o baião pelo país
Tropicalismo resgatou o reinado do baião nas grandes cidades, diz compositor
Maestro fala de sua convivência com o padrinho sanfoneiro
Gonzaga foi, antes de tudo, um marqueteiro, diz o afilhado
Publicação inédita lança luz sobre os primeiros anos de Gonzagão como músico profissional
CD vai mostrar gravações inéditas de Luiz Gonzaga
Feira de São Cristóvão, no Rio, faz shows e exposição para homenagear Gonzagão