Demora na retomada do crescimento reflete em menor expansão da demanda por energia

07/09/2012 - 13h40

Nielmar de Oliveira
Repórter da Agência Brasil

Rio de Janeiro - A demora na retomada do crescimento econômico do país, com o Produto Interno Bruto (PIB) - a soma de todas as riquezas produzidas - registrando crescimento de 0,6% no primeiro semestre do ano, reflete de forma significativa na menor expansão da demanda por energia elétrica.

A expansão acumulada de janeiro a julho deste ano ficou em 3,8%. Já a demanda por energia em julho foi apenas 1,4% maior que a do mesmo mês do ano passado. A “modesta” expansão também é reflexo da queda no consumo de energia do setor industrial que ficou em -1,6%, a segunda retração consecutiva.

O crescimento tímido e a demora na retomada da expansão do PIB levou a Empresa de Pesquisa Energética (EPE) a revisar para baixo o aumento da demanda de energia elétrica para 2012: de 4,5% para 3,5% - expansão ainda menor do que a taxa de 3,6% registrada em 2011.

Em entrevista à Agência Brasil, o presidente da EPE, Maurício Tolmasquim, admite que a expansão da energia elétrica está abaixo da esperada pela empresa. “Aparentemente ainda estamos com um crescimento muito modesto da economia. A indústria teve queda no consumo de energia elétrica por dois meses consecutivos, o que mostra que o setor ainda não retomou sua curva de expansão, mas esperamos que nos próximos meses deste segundo semestre a situação possa ser revertida.”

“Há perspectiva de retomada do crescimento, tudo indica que o segundo semestre será um período com crescimento mais forte, então eu acredito que possamos terminar o ano com um consumo maior."

Sobre o pequeno crescimento verificado em julho no consumo residencial (1,7%), Tolmasquim ressaltou que o fenômeno é decorrente de fatores conjunturais. “O baixo crescimento do consumo residencial decorre de fatores conjunturais, como temperatura, número de dias do mês. Mas o setor comercial [aumento de 6,6% em julho na comparação com o mesmo mês de 2011] continua crescendo muito, o que em parte compensa a queda na demanda das residências”, avaliou.

Tolmasquim admitiu que a queda no consumo de energia aumenta as garantias do sistema do ponto de vista da oferta. “Nós temos um excedente de energia que garante o abastecimento até 2015. Então, estamos em uma situação bastante tranquila em termos de atendimento do mercado e já estamos pensando mais adiante: no segundo quinquênio deste decênio.”
 

 

Edição: Graça Adjuto e Lílian Beraldo