Líbia promete libertar integrantes do Tribunal Penal Internacional, mas impõe condições

12/06/2012 - 8h12

Renata Giraldi*
Repórter da Agência Brasil

Brasília – Cinco dias depois de prender quatro integrantes do Tribunal Penal Internacional (TPI) por suspeita de espionagem, o governo da Líbia anunciou a libertação de uma das mulheres detidas. O porta-voz do governo líbio, Mohamad al Hereizi, informou hoje (12) que a advogada  australiana Melinda Taylor, do TPI, será libertada. Porém, condicionou a libertação dela à revelação do paradeiro de um dos ajudantes do filho do ex-presidente Muammar Khadafi.

Taylor foi detida no dia 7 com mais três integrantes do TPI, inclusive uma mulher que era sua intérprete, o advogado espanhol Esteban Peralta e um assessor. Eles estão na prisão de Zintan, a 180 quilômetros de Trípoli, a capital líbia.

A advogada australiana é acusada de trocar documentos não autorizados, ao se reunir com Seif Al Islam, filho do ex-presidente Muammar  Khadafi. O TPI quer julgar o filho de Khadafi por crimes contra a humanidade, mas as autoridades da Líbia exigem que o julgamento seja conduzido por elas no país.

De acordo com Hereizi, Taylor será libertada se revelar o paradeiro de Mohammed Ismail, ajudante de Seif Al Islam. Taylor é acusada de ter tentado entregar uma carta de Ismail ao filho de Kadhafi. “Queremos este homem. Queremos apanhá-lo, porque ele é muito perigoso”, disse o porta-voz do governo líbio.

Taylor está impedida de fazer contatos com membros da representação diplomática da Austrália na Líbia e a com a família. O Ministério Público líbio ordenou ontem (11) a prisão preventiva dos quatro membros do TPI detidos no dia 7.

*Com informações da agência pública de notícias de Portugal, Lusa//Edição: Graça Adjuto