Rio+20 deve trazer soluções integradas para áreas econômica, social e ambiental

11/06/2012 - 20h17

Carolina Gonçalves
Repórter da Agência Brasil

Brasília – Em dois dias, quando a Conferência das Nações Unidas Sobre o Desenvolvimento Sustentável (Rio+20) começar no Rio de Janeiro, representantes de governos, da sociedade civil e do setor privado de vários países começam a avaliar o que o mundo fez até hoje para assegurar um modelo de desenvolvimento sustentável e buscar soluções integradas que inclua as dimensões econômica, social e ambiental .

A meta de assegurar um modelo de desenvolvimento sustentável foi adotada por vários países que se comprometeram a reverter um processo de degradação ambiental que já se desenhava em 1992, quando a capital fluminense sediou a 2ª Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento Humano (Rio92).

Agora, vinte anos depois da Rio92, que teve a participação de mais de 110 governantes de países, a expectativa é que com a Rio+20, os governos de pelo menos 115 nações confirmadas renovem o comprometimento com essa meta, tanto olhando o que avançou quanto o que ainda existe de lacuna.


A importância da conferência, que será realizado entre os dias 13 e 22 de junho, tem várias justificativas. Uma delas é a projeção feita pela própria Organização das Nações Unidas (ONU), de que, em 2050, o planeta terá quase 3 bilhões de habitantes a mais do que hoje, chegando a 9 bilhões de pessoas, o que significa mais áreas ocupadas, mais energia utilizada, mais água e alimentos consumidos. O que se pretende na Rio+20 é definir o que cada nação precisa fazer para garantir todos esses recursos e serviços para mais gente.

“O que as nações buscam é uma solução para as crises nas três dimensões - econômica, social e ambiental- com soluções integradas. Não vale mais encontrar uma solução que resolva os problemas da economia, mas não protege o planeta. Nem a que protege o planeta, mas não garante alimento para as pessoas. Esse é o ponto fundamental”, explicou Cláudio Maretti, líder da Iniciativa Amazônia Viva e superintendente de conservação da organização não-governamental, WWF-Brasil.

Maretti disse que, diferente da convenção de 20 anos atrás, que tinha um caráter deliberativo, a Rio+20 “é uma conferência para a tomada de decisões que são recomendações. O que for decididos não é obrigatório, mas torna consenso de que é o correto”. A Rio92 resultou na assinatura de importantes documentos, como as Convenções sobre Mudança do Clima e Biodiversidade e a Agenda 21, com propostas e ações para um novo modelo de desenvolvimento, que pudesse reduzir os danos ambientais e atender as necessidades básicas da humanidade.

“Outra diferença importante é que, durante a Rio92, acreditava-se que o governo faria tudo sozinho e seria a força dirigente da sociedade. Agora, o governo continua sendo uma força importante, mas setores da sociedade, principalmente o setor privado, já são considerados fundamentais para a mudança”, disse. Para Maretti, os agentes econômicos, tanto do governo, quanto das empresas, estão atrasados na busca por resultados concretos de um desenvolvimento sustentável.

Edição: Fábio Massalli