Delegação do Tribunal Penal Internacional tenta libertar integrantes presos na Líbia

11/06/2012 - 8h27

Renata Giraldi*
Repórter da Agência Brasil

Brasília - Uma delegação do Tribunal Penal Internacional (TPI) chegou hoje (11) à Líbia para negociar a libertação de quatro integrantes do órgão, que foram presos no país, acusados de espionagem – são duas mulheres e dois homens. As autoridades líbias acusam os integrantes do TPI de tentar  trocar documentos com Seif Al Islam, filho do ex-presidente Muammar Khadafi.

O representante do tribunal na Líbia, Ahmed Jehani, disse que a delegação já fez os primeiros contatos com as autoridades do país para a libertação dos integrantes do órgão detidos. Segundo o TPI, eles estavam no dia 7 em Zenten, a 170 quilômetros de Trípoli, capital líbia, para encontrar o filho de Khadafi.

Jehani disse que duas integrantes, a advogada australiana Melinda Taylor, e sua intérprete, Helen Assaf, foram presas em Zenten. De acordo com ele, os dois homens que as acompanhavam, um russo e um espanhol, também foram presos porque se recusaram a deixar as mulheres sozinhas.

O filho de Khadafi está preso em Zenten, desde que foi detido em novembro de 2011, quando a oposição o rendeu e ao pai. As autoridades da Líbia se recusam a deixar que o Tribunal Penal Internacional julgue Seif Al Islam.

Segundo as autoridades líbias, as duas mulheres são acusadas de espionagem e de comunicação com o inimigo. “Melinda foi presa porque foi surpreendida no momento em que trocava documentos com o acusado”, disse Jehani, acrescentando que a intérprete libanesa foi considerada sua “cúmplice”.

“As autoridades líbias devem respeitar a imunidade (dos emissários do TPI), mas Melinda violou gravemente a lei líbia, ela é acusada de espionagem e comunicação com o inimigo”, disse Mohammed Ismail, aliado do filho de Khadafi.

*Com informações da agência pública de notícias de Portugal, Lusa//Edição: Graça Adjuto