Eliana Calmon diz que relação com o presidente do CNJ é boa

03/02/2012 - 19h17

Débora Zampier
Repórter da Agência Brasil

Brasília – Apesar do embate técnico sobre as atribuições do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), a corregedora-geral do órgão, Eliana Calmon, disse hoje (3) que sua relação com o presidente do órgão, ministro Cezar Peluso, está “muito bem”. Os dois protagonizaram um racha na cúpula do Judiciário no ano passado quando a corregedora-geral falou sobre “bandidos de toga” e Peluso rebateu falando que as acusações eram “levianas”.

“Estamos muito bem porque somos técnicos, somos magistrados de carreira e estamos acostumados a esse embate. Os senhores podem achar que é um mundo até meio esquisito, mas temos grandes discussões que às vezes tendem para ofensas mais apimentadas, e na hora do lanche estamos rindo e conversando”, disse a corregedora, em coletiva nesta tarde, ao se referir a Peluso.

Para Eliana Calmon, o conflito judicial sobre as competências do CNJ era apenas um processo institucional em que não cabem mágoas posteriores. “Vamos ao final do julgamento zerar todos os questionamentos de ordem pessoal, e vamos, todas as corregedorias, a corregedoria nacional e as associações de juízes, dar as mãos para fazer a Justiça que o Brasil precisa e quer”.

A ministra também agradeceu o apoio da ala da magistratura favorável à atuação do CNJ e ao interesse da sociedade em acompanhar o tema até o fim. “Só posso adiantar que, no Brasil, eu nunca vi com 32 anos de magistratura uma discussão tão ampla e tão participativa do ponto de vista de todos os segmentos da sociedade, sejam as pessoas mais simples até os juristas mais renomados”.

A corregedora lembrou que o julgamento ainda não chegou ao final - há pontos que ainda precisam ser analisados na próxima quarta-feira (8), e os ministros podem mudar de opinião -, mas que a tendência é que o resultado se mantenha como está. “Eu me emocionei a cada voto, contra ou a favor, fiquei muito emocionada. Ao final, quando tudo terminou, falaram ‘O que você vai fazer?’. Eu disse ‘Eu vou dormir, porque não durmo há três meses’”.

 

Edição: Aécio Amado