Novo diretor da FAO defende maior participação do Brasil no combate mundial à fome

03/08/2011 - 22h59

Danilo Macedo
Repórter da Agência Brasil

Brasília – O Brasil é visto no mundo como um modelo de sucesso no combate à fome, disse hoje (3) o novo diretor-geral da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO), o brasileiro José Graziano. Ministro extraordinário de Segurança Alimentar e Combate à Fome durante o governo de Luiz Inácio Lula da Silva, Graziano ressaltou, no entanto, que o país precisa institucionalizar algumas ações para corresponder às expectativas das demais nações.

O novo diretor-geral da FAO, que assumirá o cargo a partir de janeiro de 2012, esteve reunido hoje com a presidenta Dilma Rousseff. Segundo Graziano, ela anotou algumas propostas para que o Brasil ocupe o papel que se espera dele no combate à fome em todo o mundo. “O país precisa reforçar a institucionalidade externa de uma série de órgãos”, disse Graziano, antes de ser recebido pelo ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota.

Graziano citou o exemplo da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), que já atua na África, oferecendo assistência técnica na área agropecuária. Entretanto, acrescentou, a estatal brasileira precisa ampliar sua participação no Continente Africano.

Em relação aos aumentos acentuadas dos preços dos alimentos, Graziano disse que são, em grande parte, resultado de especulações. Para combater esse problema, ele considera fundamental uma maior transparência sobre a quantidade dos estoques mundiais e aperfeiçoamento dos dados estatísticos. “Precisamos melhorar a qualidade dessa informação.” Segundo ele, a aumento dos preços raramente chega como benefício aos produtores.

A África, continente mais afetado pela fome no mundo, sofre, de acordo com Graziano, com a “falta de mecanismos operativos” da FAO para atingir efetivamente o problema. “Temos que encontrar o meio de dar a resposta.” Durante a campanha para a direção da FAO, Graziano defendeu a desburocratização da entidade, dando mais autonomia aos escritórios regionais, a fim de que possam agir rapidamente.

Edição: João Carlos Rodrigues