Bombeiros e parentes protestam em vários pontos do Rio para apoiar colegas presos

06/06/2011 - 16h11

Thais Leitão
Repórter da Agência Brasil

Rio de Janeiro - A manhã de hoje (6), no Rio de Janeiro, foi marcada, em vários pontos da cidade, por protestos de pequenos grupos de bombeiros e parentes em apoio aos militares presos na madrugada de sábado (4), após a invasão do quartel central da corporação. O movimento dos bombeiros do Rio é por melhores salários e condições de trabalho.

No centro da cidade ocorre o maior dos protestos. Centenas de manifestantes ocupam as escadarias do Palácio Tiradentes, sede da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj). Na calçada, um grupo improvisou uma cozinha comunitária que recebe doações de alimentos. Durante o protesto, também foram distribuídas à população fitas vermelhas simbolizando o repúdio à prisão de integrantes da corporação.

Em Campo Grande, na zona oeste da cidade, mulheres de integrantes da corporação e servidores da área de Saúde ocuparam uma faixa da Avenida Cesário de Melo, a principal do bairro. Com faixas, cartazes e um carro de som, o grupo, formado por dezenas de manifestantes, seguiu para o Hospital Rocha Faria e para o quartel da região.

Na Barra da Tijuca (zona oeste), um grupo ocupou duas faixas da Avenida Ayrton Senna. Houve protesto também na Avenida Brasil, principal via expressa de acesso ao centro da cidade, onde um pequeno grupo ocupou uma das seis faixas de rolamento.

Em Angra dos Reis, município do sul fluminense, bombeiros também protestaram contra a prisão dos colegas cariocas. Segundo os manifestantes, entre os detidos estão 90 homens lotados no quartel da cidade, que estavam participando das manifestações por melhores salários. Com as prisões, Angra ficou com apenas metade do efetivo que atua no município.

Na manhã de hoje (6), os presos, que foram transferidos para a antiga sede da Academia dos Bombeiros, em Niterói (região metropolitana), fizeram exercícios e cantaram o hino da corporação no pátio da instituição.

De acordo com o comando do Corpo de Bombeiros, os detidos serão autuados por motim, dano em viatura, dano às instalações e impedir e dificultar a saída para socorro e salvamento, crimes tipificados no Código Penal Militar. As penas variam de dois a dez anos de prisão.

A auditoria da Justiça Militar do Rio informou que ainda não recebeu a comunicação oficial das prisões e que “aguarda a distribuição do plantão”, já que os bombeiros foram presos no fim de semana. Também não há, até agora, qualquer informação sobre pedidos de habeas corpus.

Entre as principais reivindicações da categoria, que já promoveu desde abril dezenas de paralisações, está o aumento salarial de R$ 950 para R$ 2 mil e vale-transporte.

Edição: Vinicius Doria