Lula pede que Embraer ajude funcionários demitidos

25/02/2009 - 20h28

Carolina Pimentel
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Em encontro hoje (25)com dirigentes da Empresa Brasileira de Aeronáutica (Embraer),o presidente Luiz Inácio Lula da Silva fez um apelo aopresidente da fabricante de aviões, Frederico Curado, para queajude as famílias dos 4,2 mil funcionários demitidos.Lula não pediu que a fabricante de aviões recontratasseos funcionários.“O presidente não pediu querecontratasse os 4 mil [empregados], porque entendeuperfeitamente que era uma questão de demanda”, disse oministro do Desenvolvimento, Indústria e ComércioExterior, Miguel Jorge, que também participou da reuniãono Palácio do Planalto. A Embraer alega que 30% das encomendascaíram por conta da crise financeira mundial, que tembombardeado a economia dos países desenvolvidos, principalmercado da fabricante brasileira. Curado disse que a direçãoda empresa vai avaliar o apelo do presidente. A Embraer cobriráas despesas médicas dos demitidos e de suas famíliaspor um ano. Segundo Curado, o presidente está consternado coma situação. Durante o encontro, Curado disse a Lula quenão vai rever as demissões e que não haveránovas dispensas.. De acordo com oministro Miguel Jorge, o presidente ficou sabendo das demissõesquinta-feira passada (19), quando Curado reuniu-se com Jorge emBrasília. Ainda conforme o ministro, não hánegociação para o governo ajudar a empresa ou osdemitidos. “Não é possível dar tratamentodesigual em relação a outras pessoas dispensadas deoutras empresas”, justificou. Jorge negou que existafinanciamento do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico eSocial (BNDES) direto para a Embraer. “O BNDES financia os aviõespara as empresas compradoras. O financiamento é para quemcompra, e não para quem vende”, explicou. O BNDESinformou que foram disponibilizados no ano passado US$ 542 milhõespara a Embraer exportar seus aviões – a empresa destina 90%da produção ao mercado externo. O financiamento éuma condição para a empresa participar de licitaçõesinternacionais, já que precisa oferecer financiamento àsempresas importadoras. A Embraer toma emprestado o dinheiro com oBNDES e repassa ao importador, que paga diretamente ao banco.Ouso de recursos do banco oficial é um dos argumentos desindicalistas e representantes dos trabalhadores demitidos para que ogoverno interfira na decisão da Embraer. Os empregados queremainda entrar com uma ação judicial contra a empresa.