Brasília, 21 (Agência Brasil - ABr) - O País começa o ano reduzindo em mais da metade o déficit em transações correntes (resultado das operações de comércio e serviço com o exterior). De acordo com relatório mensal divulgado hoje pelo Banco Central, em janeiro este déficit ficou em US$ 1,144 bilhão, contra US$ 2,307 bilhões registrados no mesmo período de 2001. O chefe do Departamento Econômico do BC, Altamir Lopes, destacou que no período os investimentos estrangeiros diretos, de US$ 1,477 bilhão, financiaram com folga o déficit em transações correntes. O balanço de pagamentos (total das transações com o exterior) em janeiro foi superavitário em US$ 506 milhões.
Segundo Lopes, o resultado das transações correntes com relação ao Produto Interno Bruto (PIB), no acumulado de 12 meses encerrados em janeiro, de US$ 22,053 bilhões, foi o melhor desde dezembro de 2000, quando ficou em 4,15%. Em janeiro, a relação foi de 4,37%. Para 2002, o Banco Central estima em US$ 20,623 bilhões o déficit em transações correntes (3,83% do PIB), em comparação a US$ 23,217 bilhões (4,61% do PIB) verificados em 2001.
Lopes lembrou que desde o último trimestre de 2001, o déficit em transações correntes vem "mostrando e acentuando a tendência de retração", graças principalmente ao bom desempenho comercial e à acomodação com despesas de serviços. Acrescentou que os gastos com viagens internacionais vêm sendo reduzidos em função do câmbio, dos ataques terroristas aos Estados Unidos e da menor atividade econômica interna.
Na estimativa de Altamir Lopes, neste mês os investimentos estrangeiros diretos devem ficar em torno de US$ 600 milhões. Ele informou que até hoje esses recursos somam US$ 370 milhões. E acrescentou que o baixo volume dos investimentos estrangeiros no mês já era esperado, em decorrência do Carnaval, que reduziu o número de dias úteis. Até o final do ano, a expectativa é de que esses investimentos totalizem US$ 18 bilhões, contra US$ 22,636 bilhões em 2001.