Da Agência Lusa
Genebra – Mais de 86 mil pessoas fugiram dos combates no Sudão do Sul para países vizinhos desde meados de dezembro, segundo dados divulgados hoje (17) pela Organização das Nações Unidas (ONU), que prevê que os refugiados ultrapassem os 100 mil no final de janeiro.
“Desde meados de dezembro, […] mais de 86.000 sul-sudaneses refugiaram-se nos países vizinhos. Se as pessoas continuarem a chegar a uma média de perto de 1.000 por dia, esperamos que o número de refugiados ultrapasse os 100.000 até ao final de janeiro”, declarou um porta-voz do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (Acnur), Adrian Edwards, em uma conferência de imprensa em Genebra.
Metade dos refugiados fugiu para o Uganda (46.500), mais de 20.600 encontram-se na Etiópia, pelo menos 8.900 estão no Quênia e cerca de 10.000 refugiaram-se no Sudão, segundo o Acnur, que disse precisar de US$ 58,8 milhões para responder às necessidades humanitárias causadas pela crise.
Diante da grave situação, a agência da ONU prevê construir campos de refugiados e aumentar os que já existem em Uganda, na Etiópia e no Quênia.
No interior do Sudão do Sul, as pessoas deslocaram-se para perto das fronteiras e estão prontas para atravessar se a situação piorar, disse Edwards, sem indicar números.
A ONU estima em cerca de 468 mil o número de deslocados devido aos combates no Sudão do Sul desde 15 de dezembro.
O conflito foi desencadeado por uma luta de poder entre o presidente Salva Kiir e seu ex-vice-presidente Riek Machar e corre o risco de se transformar em uma guerra civil, já tendo causado milhares de mortes.