Jovens estão entre as menores taxas de ocupação no país, mostra Pnad Contínua

17/01/2014 - 19h26

Cristina Indio do Brasil
Repórter da Agência Brasil

Rio de Janeiro - A faixa entre 14 e 17 anos na distribuição de pessoas ocupadas por grupos de idade é a que apresenta menores resultados (2,7%), em termos de Brasil, nos dados relativos ao segundo trimestre de 2013. As regiões Norte (3,7%) e Nordeste (3,1%) foram as que apresentaram maiores taxas. Os níveis de ocupação também são os mais baixos no mesmo período (17,5%). Os dados fazem parte dos primeiros resultados da nova pesquisa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a Pnad Contínua (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua), divulgada hoje (17) pelo órgão.

Para a ministra do Planejamento, Miriam Belchior, embora os dados possam parecer negativos, eles mostram que o jovem brasileiro está ficando mais tempo na escola. “Nós estamos aprofundando a análise, mas um dado que me deixou satisfeita, e que inicialmente parece negativo, que é o desemprego entre os jovens, na verdade reflete uma melhoria importante’, disse em entrevista à Agência Brasil.

Na avaliação da ministra, o que está acontecendo é que tem um número menor de jovens procurando trabalho porque estão na escola. “Significa que eles estão onde deveriam estar, que é na escola. Estão deixando de ir ao mercado de trabalho porque estão ficando mais tempo estudando, exatamente na faixa de 14 a 17 anos. Do meu ponto de vista é uma das informações que a pesquisa traz mais positiva, apesar de quem olha primeiro o dado acha que é um percentual bastante alto”, declarou.

Miriam Belchior disse que, a partir da pesquisa, vai ser possível ter um olhar mais geral da política de empregos no país. “A PME [Pesquisa Mensal de Empregos] e a Pnad [pesquisas feitas pelo IBGE e que serão substituídas pela Pnad Contínua] têm seu valor e não são comparáveis, mas essa iniciativa tem essa importância, apesar de ser nova, e, certamente, terá ainda alguns ajustes a serem feitos”, disse.

A ministra destacou ainda que os resultados da participação da mulher no mercado de trabalho, que é menor do que a do homem, acompanham o que a PME já mostrava. “O que tem de interessante é que, apesar de a PME e a Pnad não serem comparáveis, aparentemente elas têm a mesma tendência. O mercado de trabalho para as mulheres a gente sabe que elas ganham menos. Acho que, como as meninas já ocupam mais espaço nas escolas do que os homens, isso vai mudar com o tempo. Mas acho que a diferença de gênero, a diferença regional, também já vinham sendo apresentada na PME, que é um pouco a característica do nosso mercado de trabalho”, avaliou.

Sobre o fato da pesquisa já seguir a nova nomenclatura adotada pela Organização Internacional do Trabalho (OIT), Miriam Belchior disse que esta é uma preocupação do governo de deixar o mercado de trabalho nacional atualizado, que permita a leitura dos dados pelos organismos internacionais. “O mercado de trabalho do Brasil sempre procura estar dentro das orientações mais gerais de organismos internacionais, seja de estatísticas, seja de políticas públicas em geral. Na verdade algumas das mudanças a PME já incorporou há mais tempo, mas nós queremos que o IBGE esteja no que há de melhor em termos de estatísticas”, disse.

 

Edição: Aécio Amado

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