Karine Melo
Repórter da Agência Brasil
Brasília- Em sua primeira viagem oficial a Belo Horizonte este ano, a presidenta Dilma Rousseff defendeu a parceria entre os governos federal, estadual e municipal. A dirigente também criticou a distribuição de recursos públicos de acordo com preferências partidárias ou pessoais.
“Isso era antidemocrático. Essa evolução para esse federalismo cooperativo é uma marca dos últimos anos. Eu tenho muito orgulho de ter tido um comportamento à frente da Presidência da República, de manter esse comportamento republicano, em que se olha a importância dos estados e dos municípios”, disse.
“Mesmo que uma série de atribuições seja de estados e municípios, é uma visão absolutamente incorreta pensar, como se pensou no passado, que o governo federal e a União poderiam ter uma atitude tipo Pôncio Pilatos, de lavar as mãos diante do problema”, ressaltou. “Temos de responder a todos que nos elegeram e também aos que não votaram em nós”, completou.
A presidenta também citou avanços do país nos últimos anos, principalmente na área social, e condenou práticas adotadas em gestões anteriores. “Temos estabilidade institucional, somos um país que cumpre contratos e, sobretudo, somos país que amadureceu. Um país em que o povo não aceita processos tradicionais em que recursos públicos eram vistos como propriedade dos governantes”, criticou.
A presidenta esteve na capital mineira nesta sexta-feira (17) para anunciar a liberação de R$ 2,55 bilhões em recursos federais para obras de mobilidade urbana em Belo Horizonte e na região metropolitana. Um total de R$ 1,28 bilhão virá do Orçamento Geral da União e R$ 1,27 bilhão de financiamento público com juros subsidiados, sendo esses recursos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) 2. Segundo a presidenta, o governo federal já investiu em todo o país, durante seu governo, cerca de R$ 140 bilhões em obras desse tipo.
No PAC 2 estão previstos, além da obra de expansão do metrô da capital – anunciada pela presidenta em 2012, com a construção das linhas 2 (Calafate/Barreiro) e 3 (Savassi/Lagoinha) –, ações que contemplarão oito cidades da região metropolitana de Belo Horizonte. Serão construídos 11 terminais de ônibus nas cidades vizinhas à capital, sendo dois em Santa Luzia, Contagem e Ribeirão das Neves, e um equipamento desse tipo em Vespasiano, Sabará, Ibirité e Sarzedo. Outra obra incluída no programa é a criação do corredor exclusivo no Boulevard Arrudas e obras de melhoria no Complexo Viário da Lagoinha.
No mesmo evento, o prefeito de Belo Horizonte, Márcio Lacerda, assinou contrato de financiamento para obras de mobilidade com a Caixa Econômica Federal e outros dois para obras de contenção de encostas, ações de drenagem e pavimentação de vias, todas elas parte do PAC.
Segundo o Ministério das Cidades, os investimentos em Minas Gerais por meio das obras contempladas no PAC Mobilidade alcançam R$ 5,41 bilhões, sendo R$ 1,2 bilhão do Orçamento da União, R$ 2,4 bilhões de financiamento público, R$ 1,2 bilhão de participação do setor privado e R$ 600 milhões de contrapartida do estado e do município.
Edição: Davi Oliveira
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