Da Agência Brasil*
Brasília - Um homem de 24 anos morreu hoje (14) na cidade egípcia de Beni Suef, ao sul do Cairo, capital do país, durante confrontos com a polícia, que dispersou manifestantes em diversas cidades durante protestos contra o referendo constitucional que ocorre até amanhã. O homem era um simpatizante da Irmandade Muçulmana, que apoia o ex-presidente Mohamed Mursi deposto pelos militares, em julho de 2013, e foi atingido com um tiro na cabeça.
A polícia usou gás lacrimogêneo e armas de fogo para dispersar os manifestantes da Irmandade, que apelou ao boicote ao referendo e tenta dificultar o processo de votação. Por outro lado, o presidente interino do Egito, Adly Mansur, apelou aos eleitores que votem sim no referendo à nova Constituição como forma de apoiar o plano de transição e a luta contra o terrorismo. A votação no referendo “não é só a favor da Constituição, mas também a favor do roteiro” de transição, disse Mansur depois de votar no Cairo. “O povo tem de mostrar ao terrorismo que não tem medo de nada”, acrescentou.
No total, foram detidos simpatizantes da Irmandade no Cairo, em Alexandria, em Sohag e em Damoeta. No Cairo, registaram-se confrontos em várias regiões, sobretudo na Avenida das Pirâmides, no bairro de Giza, assim como na parte leste da capital, no distrito de Cidade Nasser, e a norte, em Heluan. Antes da abertura das urnas, uma bomba explodiu perto de um tribunal no bairro de Imbaba, no Cairo, sem ter deixado vítimas.
A nova Constituição altera a aprovada pelos islâmicos em 2012 – suspensa pelos militares em julho de 2013 após a destituição do presidente Mohamed Mursi.
*Com informações da Agência Lusa
Edição: Talita Cavalcante
Atentado marca início de referendo da nova Constituição egípcia
Manifestações deixam 11 mortos no Egito
Egito proíbe distribuição de jornal ligado à Irmandade Muçulmana
Mursi vai ser julgado por homicídio de oficiais na revolta de 2011 no Egito
Justiça do Egito nega apelo para manter atividades da Irmandade Muçulmana