Nielmar de Oliveira
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - O aumento que ocorre nos últimos dias no preço do álcool anidro nas usinas em razão da entressafra da cana de açúcar poderá levar os postos de combustíveis do município do Rio de Janeiro a aumentar o preço da gasolina nas bombas. A possibilidade foi admitida à Agência Brasil pelo presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Combustíveis e Lubrificantes e de Lojas de Conveniência do Município do Rio de Janeiro (Sindcomb), Manuel Fonseca da Costa.
Fonseca da Costa disse que 25% da composição da gasolina são decorrentes do álcool anidro, que tem aumentado nos últimos dias em consequência da entressafra da cana de açúcar, que vai até abril. “Isto reflete sem dúvida no preço final da gasolina. Até agora as distribuidoras não repassaram o aumento para o preço da gasolina, o que só deverá acontecer a partir do meio da semana com a reposição dos estoques. Dependendo do percentual desta alta, muitas vezes o posto acaba absorvendo o aumento para não prejudicar as vendas”, disse.
Mas a absorção da alta do anidro dependerá da intensidade do repasse que será feito pelas distribuidoras de combustíveis. “A possibilidade de que a gasolina venha a aumentar de preço em função da entressafra da cana é real. Agora, a intensidade do aumento dependerá da intensidade da alta do álcool anidro e do consequente repasse das distribuidoras. Quando o aumento atinge o patamar de R$ 0,2, o aumento será inevitável porque isto significa uma alteração muito grande na composição final do preço”, disse.
Segundo Fonseca da Costa os postos trabalham com uma margem de lucro bastante reduzida . “Nós ganhamos no volume de venda e o comportamento dos postos segue de acordo com as distribuidoras, que por sua vez se comportam de acordo com as variantes do mercado de derivados. A alta nos postos não é aleatório, pelo contrário, ela é bem criteriosa. A margem é pequena e, no volume total, dois ou três centavos fazem uma diferença muito grande”.
O presidente do Sindcomb, no entanto, negou à Agência Brasil que tenha havido nos postos do Rio de Janeiro qualquer comportamento atípico nos preços nos últimos dias e que a alta ocorrida em Brasília neste final de semana não ocorreu no município. “Não é esse o nosso objetivo até porque, para nós, quanto menor o preço, maior a venda”.
Segundo Fonseca da Costa, a alta de 4% no preço da gasolina anunciada pela Petrobras e que passou a vigorar nas refinarias de todo o país a partir de 30 de novembro do ano passado provocou uma elevação entre 2% a 3% nos postos do município, com o preço do derivado passando a custar, em média, R$ 3,09 o litro.
Edição: Fábio Massalli
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