Daniel Mello
Repórter da Agência Brasil
São Paulo – Uma das hipóteses investigadas pela polícia para a série de assassinatos ocorrida na periferia de Campinas na última madrugada é a vingança pela morte de um policial militar. A informação foi confirmada pelo diretor do Departamento de Polícia Judiciária de São Paulo Interior 2 (Deinter), Licurgo Nunes Costa. Por volta do meio dia de ontem (12), o policial foi morto ao reagir a um assalto. Entre as 23h de ontem e às 2h de hoje (13), foram registradas 12 execuções na mesma região, nas partes oeste e sudeste da cidade.
A maioria das vítimas foi morta em duas chacinas. Os relatos são de homens encapuzados que usaram pistolas 380 e 9 milímetros para efetuar disparos contra a cabeça e rosto das vítimas. Foram recolhidas 15 cápsulas do local, onde quatro pessoas, entre 17 e 30 anos, foram mortas no Recanto do Sol 2. No bairro Vida Nova, também na periferia de Campinas, cinco pessoas, entre 20 e 24 anos, foram mortas em um único ataque. As outras três vítimas foram mortas sozinhas.
Segundo Licurgo Costa, pelo menos seis das vítimas tinham antecedentes criminais por delitos como tráfico de drogas, homicídio e roubo de veículos. A Polícia Civil está procurando imagens de câmeras de segurança que tenham registrado o momento dos ataques. “É um desequilíbrio que houve, saiu do espectro normal de ocorrências em Campinas. Realmente é muito preocupante”, ressaltou Costa.
No final da manhã de hoje, um grupo de cerca de 300 pessoas incendiou três ônibus e depredou sete coletivos em um protesto contra os crimes da madrugada. Após a ação, o Terminal Vida Nova foi fechado e sete linhas deixaram de circular. As operações só foram retomadas após as 15h30, quando a Polícia Militar garantiu a segurança para manutenção dos serviços.“Há uma revolta da população clamando por justiça. Nós temos que lidar com isso”, disse Costa sobre a manifestação.
Edição: Fábio Massalli
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