Da Agência Brasil*
Brasília - Dirigentes políticos e militares de Israel e de países aliados despediram-se hoje (13) do combatente e ex-primeiro-ministro israelense Ariel Sharon, em uma cerimônia que teve a presença de diversas autoridades internacionais. Sharon foi sepultado às 14h locais (por volta das 10h de Brasília), com honras militares, em uma propriedade no Sul de Israel, perto da fronteira com a Faixa de Gaza.
Dada a proximidade de Gaza, área controlada pelo movimento islâmico palestino Hamas, o Exército e os serviços de segurança enviaram reforços, elevando o nível de alerta por temor de lançamento de granadas. Baterias de um sistema antimíssil móvel foram enviadas à região. O número de aviões não tripulados que vigiam permanentemente Gaza também foi aumentado para tentar localizar eventuais combatentes palestinos que possam atacar Israel.
"Analisamos todos os cenários possíveis. O Exército está pronto a reagir de imediato", advertiu o chefe da Polícia da Região Sul do país, Yoram Halevy. A morte do antigo líder da direita nacionalista, no sábado (11), aos 85 anos e após oito anos em coma, deixou Israel em situação de luto geral. Cerca de 20 mil israelenses visitaram o caixão do ex-líder ontem (12).
Na Faixa de Gaza, em Ramallah e Jenin, na Cisjordânia, e em campos de refugiados, no Líbano, palestinos não esconderam a alegria quando foi anunciada a morte de Sharon, lamentando que ele não tenha sido julgado pelos crimes cometidos.
"Arik [diminutivo de Ariel] foi um homem complexo que viveu em uma época complexa e em um ambiente complexo", resumiu o vice-presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, durante a cerimônia de homenagem ao ex-premiê, organizada em frente ao Parlamento israelense, Knesset, em Jerusalém.
A cerimônia oficial de despedida do ex-premiê ocorreu na esplanada do Knesset, o Parlamento israelense, onde estava o caixão, coberto com a bandeira nacional. Sharon, que tinha a patente de general no Exército israelense, "deixou, talvez, no seu rastro, danos consideráveis, mas o objetivo e a motivação eram sempre claros", disse o antigo primeiro-ministro britânico Tony Blair, emissário do Quarteto para o Oriente Médio – formado pelos Estados Unidos, a Rússia, União Europeia (UE) e as Nações Unidas (ONU).
O presidente israelense, Shimon Peres, e o primeiro-ministro, Benjamin Netanyahu, prestaram homenagem a Sharon, famoso pelo desempenho na Guerra do Yom Kippur (em 1973) e pela recente guerra contra o terrorismo. Netanyahu comprometeu-se a defender firmemente os princípios do antecessor referentes à segurança de Israel.
"O estado de Israel vai recorrer a todas as vias possíveis para impedir o Irã de se dotar de armas nucleares", disse o primeiro-ministro. "Ariel Sharon foi o ombro sobre o qual repousava a segurança do país", disse Shimon Peres.
Frequentemente apresentado como o "cérebro" da colonização israelense, Zeev Hever também homenageou Sharon. "Ensinaste os filhos de Israel a combater e, em seguida, a se fixarem. Foste o nosso grande mestre, até mesmo um pai, em tudo o que se refere à construção de colônias", disse Hever.
Israel tem sido criticado por incentivar a fixação de colonos em territórios palestinos. Recentemente, a ONU informou que os assentamentos israelenses violam os direitos humanos do povo palestino e são um obstáculo à paz na região.
*Com informações da Agência Lusa
Edição: Talita Cavalcante