Danilo Macedo
Repórter da Agência Brasil
Brasília - A presidenta Dilma Rousseff disse hoje (10) que tem acompanhado com atenção os problemas na área de segurança no Maranhão – estado que enfrenta crise no sistema carcerário. A presidenta informou, por meio do Twitter, que a criação do comitê gestor integrado para tratar do assunto, anunciado ontem (9) pela governadora Roseana Sarney e pelo ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, é similar às medidas adotadas nos casos de São Paulo, do Rio de Janeiro, de Santa Catarina, de Alagoas e do Paraná.
“Tenho acompanhado com atenção a questão da segurança no Maranhão. Em dezembro, determinei o envio da Força Nacional [de Segurança Pública] para apoiar as ações de segurança do governo. O Ministério da Justiça ofereceu vagas em presídios federais para a transferência de presos”, escreveu a presidenta. Ela acrescentou que o ministério apoia um mutirão de defensores públicos para análise da situação dos presos e que também aumentará o efetivo da Força Nacional no estado.
Cardozo e Roseana reuniram-se ontem (9) à noite, em São Luís, e acertaram a criação de um comitê gestor da crise no sistema carcerário, que deverá contar com medidas integradas dos poderes Legislativo, Executivo e Judiciário locais. Com o objetivo de reduzir a superlotação prisional, a Defensoria Pública fará um mutirão para analisar a situação dos presos e colocar em liberdade os que já cumpriram a pena, além de buscar alternativas penais, como monitoramento eletrônico, para os considerados de menor periculosidade.
Até a próxima semana, também será organizada a transferência de detentos para presídios federais, principalmente dos líderes das facções criminosas que ordenaram os atos de violência em São Luís, que resultaram na queima de ônibus, com uma menina de 6 anos morta por causa das queimaduras, além de tiros contra delegacias. A mãe e uma irmã da criança, que também estavam em um dos ônibus atacados, ainda estão internadas.
A situação prisional no estado tem levado, inclusive, organismos internacionais a se manifestar sobre o caso. Somente no ano passado, mais de 60 presos foram mortos no Maranhão, e o Conselho de Defesa dos Direitos da Pessoa Humana também discute o assunto.
A presidenta Dilma Rousseff tem cumprido agenda no Palácio da Alvorada, a residência oficial, onde se recupera de uma gripe. Ela não viajou desde que voltou do recesso de fim de ano, no início desta semana, e não há viagens previstas. No fim do mês, entretanto, Dilma tem compromissos na Suíça, no Fórum Econômico Mundial, em Cuba, na cúpula da Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos e na Venezuela, na reunião do Mercosul.
Edição: Talita Cavalcante
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