Alex Rodrigues
Repórter da Agência Brasil
Brasília – Duas das quatro vítimas do ônibus incendiado na última sexta-feira (3) em São Luís, capital maranhense, vão receber tratamento médico em outras unidades da Federação. Juliane Carvalho Santos, de 22 anos, deve ser transferida ainda hoje (9) para o Distrito Federal. Marcio Ronny da Cruz, de 37 anos, deu entrada ontem (8) no Centro de Referência de Queimados do Hospital Geral de Goiânia.
Juliane é mãe das meninas Ana Clara Santos Sousa, de 6 anos, e Lorane Beatriz Santos, de 1 ano e 5 meses. Ana Clara teve queimaduras em 95% do corpo e morreu segunda-feira (6). Com queimaduras em 20% do corpo, principalmente nas pernas e no braço esquerdo, Lorane teve que ser internada no Hospital Estadual Infantil Juvência Matos, em São Luís. Segundo a Secretaria de Saúde do Maranhão, Lorane passa bem e deve receber alta em breve.
Ainda de acordo com a secretaria estadual, Juliane, que teve 40% do corpo queimado, não necessitaria ser transferida para Brasília, pois seu quadro clínico está estabilizado. A transferência, segundo a secretaria, foi pedida pela família da paciente, que tem parentes na capital federal. Juliane será transportada a bordo de uma UTI aérea que o governo estadual alugou de uma empresa de Goiânia e será internada na Ala de Queimados do Hospital Regional da Asa Norte. A expectativa é que ela chegue ainda na noite de hoje.
A quarta vítima que continua sob cuidados médicos, Abynancy Silva Santos, de 35 anos, está internada no Hospital de Referência Tarquínio Lopes Filho, de São Luís. Seu quadro também é estável. Com 10% do corpo queimado, ela continua sendo submetida a curativos cirúrgicos.
Na avaliação das autoridades maranhenses, os ataques criminosos foram uma reação às medidas adotadas para combater a criminalidade nas unidades prisionais da capital, que, desde outubro de 2013, passaram a ser vigiadas por homens da Força Nacional de Segurança Pública e da Polícia Militar. Ainda segundo as autoridades maranhenses, os ataques a ônibus e delegacias de São Luís foram ordenados por criminosos detidos no Complexo Penitenciário de Pedrinhas, o maior do estado.
A falta de segurança e os problemas infraestruturais dos estabelecimentos prisionais maranhense são alvo de preocupação de especialistas há anos, tendo sido objeto da análise da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Sistema Carcerário, da Câmara dos Deputados, entre 2007 e 2008.
O problema voltou à tona em outubro do ano passado, quando uma rebelião no Complexo de Pedrinhas deixou nove mortos e vários feridos. Apesar da presença da Força Nacional e da Polícia Militar, duas mortes foram registradas em Pedrinhas nos primeiros dias do ano. Segundo o Conselho Nacional de Justiça (CNJ), 60 presos foram assassinados no interior de unidades prisionais durante o ano passado.
Edição: Fábio Massalli
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