Akemi Nitahara
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro – As equipes da Defesa Civil de Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense, vão aproveitar a previsão de estiagem no fim de semana para vistoriar as casas afetadas pelas chuvas na cidade desde a última quinta-feira (5), principalmente nos bairros de Austin e Comendador Soares.
De acordo com o secretário de Defesa Civil e Ordem Pública do município, Luiz Antunes, hoje (13) foram feitas cerca de 20 vistorias em Vila Jurema, localidade de Austin. “A previsão é que, até quarta-feira, temos uma estiagem. Vamos aproveitar esse período para fazer vistorias, principalmente nas casas da população ribeirinha”.
Antunes esteve no fim da tarde na região de Morro Agudo, às margens do Rio Botas, em Comendador Soares, onde uma casa desabou na noite de ontem. O proprietário da casa, Bruno Fernandes Galvão, conta que ainda estava voltando do trabalho quando a casa caiu, por volta de 20h30. Por sorte, o filho de dez anos tinha acabado de sair. “Não deu para aproveitar nada, a geladeira de três semanas de uso virou carcaça, o fogão está até agora desaparecido, bojão, máquina de lavar, está tudo por aí ainda”, queixou-se.
Vizinha de Bruno, a dona de casa Maria do Socorro, grávida de oito meses, estava em casa no momento do acidente. Sua residência foi interditada, pois parte do piso cedeu. A casa ao lado, do pedreiro Luís Ferreira, também foi interditada durante a noite. “Eu não posso sair de casa, não tenho para onde que ir, moro com minha esposa e meus filhos. Não tenho como pagar aluguel, sou biscateiro, um dia tem trabalho no outro não tem. Com o tempo assim, não dá para trabalhar. Minha casa, que nunca entrou água, agora entrou, perdemos tudo”.
O secretário garantiu que a assistência aos moradores atingidos será dada. “As pessoas hoje estão tendo essa consciência. Antes, elas nem queriam sair de suas casas. Se você for para a casa de vizinhos ou parentes, vai levar cesta básica, vai levar kit de limpeza, às vezes colchonete. Essa pessoa já chega lá assistida pelo governo municipal. Aí, vamos dar início ao processo do aluguel social”.
Segundo o secretário, ainda não há um balanço sobre o número de casas afetadas pelas chuvas, mas ainda tem mais de mil pessoas fora de seus lares em Nova Iguaçu. Ele disse que a Defesa Civil está, neste momento, dando o primeiro passo depois da emergência, fazendo as vistorias. “A gente já começa a dar assistência no momento que tira o morador de dentro de casa. Tem a parte da saúde, a vacinação, então essa parte de saúde e assistência é dada logo que você faz o ato da retirada do morador de casa. Agora, a gente vai fazer as vistorias”.
Em Austim, as marcas da água chegaram a um metro de altura nos muros e ainda há muita lama e entulho pelas ruas. Para o pintor Marcos Gomes, a situação no bairro ainda está muito difícil. “O canal transbordou, mas por ele não ser dragado. É difícil, porque se não houver um serviço de qualidade por parte da nossa prefeitura, toda vez que chover vai ser isso aí, vai entrar água na casa do povo mesmo”.
Edição: Davi Oliveira
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