Da Agência Brasil
Rio de Janeiro - Após suspeita de contaminação da água em uma academia de ginástica na Ilha do Governador, na zona norte da cidade, a Secretaria Municipal de Saúde confirmou dois casos de hepatite A entre os cerca de 250 frequentadores do local. A academia foi interditada pela Vigilância Sanitária na segunda-feira (2) por falta de licenciamento.
Ao todo, são 31 casos suspeitos de hepatite viral relacionados à academia. Desse total, nove pessoas já fizeram exames em laboratório e aguardam o resultado. O restante está em processo de investigação epidemiológica, informou a secretaria.
Desde domingo (1º), pelo menos 17 pessoas que tinham apresentado sintomas da doença, como dor de cabeça, enjoo e olho amarelados, procuraram a Unidade de Pronto-Atendimento (UPA) da região. As demais foram atendidas em unidades de saúde privadas.
Em nota, a Companhia Estadual de Águas e Esgotos (Cedae) informou que o fornecimento de água da academia está suspenso desde abril deste ano por falta de pagamento, e que o estabelecimento não está utilizando água fornecida pela rede oficial, mas por carro-pipa cuja procedência não é do conhecimento da companhia.
A Cedae informou também que coletou amostras de água, encaminhou para análise e que o resultado deve sair ainda hoje. De acordo com a Delegacia de Proteção ao Meio Ambiente, será solicitada a perícia do caminhão-pipa que estava abastecendo o estabelecimento. Foi instaurado inquérito para investigar o caso.
Segundo o gerente da academia, Marcelo Soares, está havendo um surto de hepatite na Ilha do Governador. Ele disse que não há problemas com o fornecimento de água no local e também não quis comentar a interdição da academia pela Vigilância Sanitária. A secretaria negou a existência de qualquer tipo de surto de hepatite na região.
Para o estudante de educação física Maurício Valentim, que há quatro meses frequenta a academia, nenhum aluno foi informado sobre a situação do fornecimento de água. "Eu fui ontem à UPA fazer o exame. Estou aguardando o resultado. Eu não tinha conhecimento de que o fornecimento de água estava suspenso. Isso é um verdadeiro absurdo, nós nem sabemos a procedência dessa água. Agora, um monte de pessoas está passando mal por causa de uma irresponsabilidade dessas", contou.
Edição: Graça Adjuto
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