Douglas Corrêa
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro – Agentes, escrivães, papiloscopistas, peritos e servidores administrativos da Polícia Federal (PF) no Rio de Janeiro fizeram hoje (4) mais um ato simbólico para protestar contra o sucateamento da instituição e reivindicar melhores condições de trabalho. Eles passaram toda a manhã e o início da tarde reunidos nas escadarias da sede da Superintendência da Polícia Federal, exibindo faixas e banners, além de uma caixa transparente contendo gelo e as insígnias da PF. Com isso, os manifestantes queriam representar o “estado de congelamento” a que o governo federal tem submetido a instituição.
Promovido pelo Sindicato dos Servidores do Departamento de Polícia Federal no Estado do Rio de Janeiro e pela Federação Nacional dos Policiais Federais (Fenapef), o ato faz parte do movimento de paralisação nacional da corporação.
Em Brasília, com apoio da Confederação Brasileira de Trabalhadores Policiais Civis (Cobrapol), houve paralisação e passeata de policiais federais e civis até a sede do Supremo Tribunal Federal (STF). A Cobrapol entrou, nesta quarta-feira, com ação direta de inconstitucionalidade (Adin) contra a Lei 12.830/13, em vigor desde 21 de junho deste ano, que dá mais autonomia aos delegados de polícia.
A paralisação dos policiais federais no Rio é por dois dias e termina amanhã (5) nos principais postos de atendimento ao público,mas os serviços prioritários, como a entrega e retirada de passaportes, continuam sendo prestados.
Segundo o presidente em exercício do sindicato da categoria, André Vaz de Melo, está sendo respeitado o limite de 30% de atendimento ao público. "Não pretendemos causar transtornos à população. Queremos o apoio da sociedade nessa luta para que possamos prestar um serviço de mais qualidade. O povo merece e precisa de uma polícia eficiente, com profissionais qualificados e motivados.”
Vaz de Melo informou que serão remarcadps os depoimentos que estavam previstos para os dois dias de paralisação em inquéritos em andamento na Polícia Federal. De acordo com o sindicalista, no Rio, o movimento se estende às delegacias da PF nos municípios de Macaé, Angra dos Reis, Volta Redonda, Campos dos Goytacazes, Nova Iguaçu e Niterói.
Nos últimos dois anos, os escrivães, papiloscopistas e agentes da PF têm feito manifestações para reivindicar mais investimentos, plano de carreira, reconhecimento em lei das atribuições que já exercem, aumento do efetivo, reajustes salariais equivalentes aos concedidos a outras carreiras do funcionalismo federal, abertura de um canal de diálogo com o governo e a aprovação da Proposta de Emenda Constitucional 51, a PEC da Paz, que prevê a reestruturação das polícias a partir de um processo de integração e nivelamento.
Edição: Nádia Franco
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