Elaine Patricia Cruz
Repórter da Agência Brasil
São Paulo – A presidenta da República Dilma Rousseff participou na tarde de hoje (4) da entrega do título de doutor honoris causa ao ex-presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva, concedido pela Universidade Federal do ABC (UFABC), em São Bernardo do Campo. A presidenta não discursou durante o evento.
O título é concedido para pessoas de destaque, que não necessariamente tenham diploma universitário, mas que contribuíram para o desenvolvimento, por exemplo, da própria universidade ou por sua atuação política, social ou econômica. A UFABC foi criada durante o governo Lula, em 2005. Segundo o o reitor da universidade, Helio Waldman, a concessão do título a Lula foi decidida pelo conselho da universidade em 2011, sendo o primeiro título concedido pela UFABC.
Durante seu discurso, o ex-presidente Lula lamentou o fato de nenhuma universidade do país aparecer entre as 100 melhores do mundo. “Quero dizer hoje que esta universidade [UFABC] foi criada não apenas para ser a melhor universidade do Brasil. O Brasil não tem nenhuma universidade entre as 100 melhores do mundo. Em tudo o Brasil está entre os dez melhores do mundo. Na questão social, nós temos muitas dívidas, mas não há explicação para não termos universidades entre as 100 melhores do mundo. E esta aqui [a UFABC] foi criada para isso”, disse.
De acordo com o ex-presidente, o maior legado que os pais podem deixar a seus filhos, principalmente nas famílias mais pobres, é a educação. Neste momento, Lula brincou com a presidenta Dilma Rousseff. “E depois que eles [filhos] se formarem doutor, não espere, presidenta, que ele vá ficar agradecido. Ele vai para a rua fazer manifestação contra você. E por uma coisa simples: a gente fica dizendo que ele tem que estudar para melhorar de vida. E ele se forma e depois ele percebe que o emprego que ele arruma não é o sonho que ele tinha. Então, em vez de acharmos que fizemos um favor para ele, nós fizemos a obrigação. Ele só chegou lá por causa da vontade e do esforço dele. Ele se matou para chegar lá. E nós precisamos continuar nos matando para garantir que depois de formados ele possa aperfeiçoar seus estudos e ter o emprego dos sonhos dele. E quando ele tiver esse emprego, pode estar certo que ele não vai mais sair na rua para fazer passeata”.
A cerimônia também teve a participação do ministro da Educação, Aloizio Mercadante; da ministra do Planejamento, Miriam Belchior, e do prefeito de São Bernardo do Campo, Luiz Marinho.
Edição: Fábio Massalli
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