Encontro na Defensoria Pública do Rio discute desigualdade racial

27/11/2013 - 22h31

Da Agência Brasil

Rio de Janeiro - A desigualdade racial foi o tema de um encontro que reuniu na tarde de hoje (27), na Defensoria Pública do Estado do Rio de Janeiro, representantes de entidades ligadas à comunidade negra e juristas. A discussão, que deu continuidade às comemorações do Dia da Consciência Negra, no último dia 20, abordou a luta dos negros por uma sociedade sem desigualdade.

Para o defensor público-geral do estado, Nilson Bruno Filho, o sistema de cotas é um agente minimizador dessa desigualdade. "Eu acho que a redução das desigualdades sociais deve ser a base. Elas passam pelas políticas de implementação de cotas, não só no serviço público, mas também nos serviços privados. Eles podem ter um olhar especial sobre essa questão. Alguma coisa tem que ser feita, porque em um país onde mais de 50% são de negros, não podemos achar isso normal. Falta uma vontade maior dos atores públicos para que essas desigualdades sejam efetivamente reduzidas de forma drástica e em um tempo curto", disse.

O diretor do grupo Palco dos Mil Sonhos, Leônidas Lopes, defendeu a inserção de negros no mercado de trabalho, principalmente no meio artístico, onde, segundo ele, não se veem verdadeiramente representados. "Nosso grupo é a favor da inclusão de todas as etnias. A maior preocupação nossa é a projeção da raça afro, até por conta de ser tão limitado esse espaço”, declarou.

Para o desembargador do Tribunal de Justiça do Estado o Rio de Janeiro, Paulo Rangel, o que falta é consciência social para mudar o atual cenário. "Eu acho que este encontro é muito importante para cada vez mais nos unirmos, nos fortalecermos, cada um nas suas respectivas áreas de trabalho. As pessoas têm que se conscientizar de que somos todos iguais, independentemente da cor, dos credos religiosos, não há nenhuma diferença, somos todos da raça humana", disse.

 

Edição: Aécio Amado

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