Camila Maciel
Repórter da Agência Brasil
São Paulo – Ambientalistas e representantes de organizações não governamentais (ONGs) fizeram na manhã de hoje (24) um protesto em frente ao Portão 7 do Autódromo de Interlagos, onde ocorre o Grande Prêmio de Fórmula 1 do Brasil. Eles são contrários à construção de um aeroporto privado em Parelheiros, na zona sul da capital paulista. Dezenas de pessoas seguram faixas em português, inglês e espanhol, nas quais expressam o repúdio ao local escolhido para o novo terminal, pois, de acordo com eles, é uma área de preservação de mananciais.
“A ideia é chamar atenção da mídia nacional e internacional para esse problema, pois achamos que é um assunto que precisa de mais visibilidade. Não somos contra um novo aeroporto em São Paulo, mas o local escolhido para o empreendimento fica ao lado da Represa Guarapiranga, o que pode colocar em risco o abastecimento de quase 25% da população paulistana”, justificou o ambientalista Mauro Scarpinatti, membro da ONG Espaço Formação, Assessoria e Documentação e do Movimento Aeroporto em Paralheiros, Não.
Um manifesto assinado por 58 organizações, entre elas a Fundação SOS Mata Atlântica, Instituto Polis e WWF-Brasil, destaca que “o projeto subordina claramente os interesses públicos ao interesse de um reduzido, minúsculo grupo privado”, tendo em vista que será destinado à aviação executiva. De acordo com as organizações, o aeroporto estará localizado ao lado da várzea do Rio Embu Guaçu, que é o maior formador da represa. A preservação da área proporciona, segundo o movimento, a depuração da poluição recebida pelo rio antes de chegar ao reservatório.
O anúncio da primeira outorga a um aeroporto privado autorizado a cobrar tarifas foi feito em 25 de julho deste ano pelo ministro da Aviação Civil, Moreira Franco, e pelo governador de São Paulo, Geraldo Alckmin. Na ocasião, foi informado que o aeródromo, da empresa Harpia Logística S.A., terá pista de 1,8 mil metros e, segundo os empreendedores, será capaz de operar até 240 mil pousos e decolagens por ano.
A reportagem tentou falar com a Harpia Logística S.A. para que ela se posicionasse sobre a questão, mas não conseguiu contato pelos telefones disponíveis.
Edição: Fábio Massalli
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