Alana Gandra
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - A sexta edição do Fórum Mundial da Ciência, que será aberto no domingo (24), no Rio, debaterá a proposta brasileira que foca o tema da contribuição da ciência para o desenvolvimento sustentável. O documento Ciência para o Desenvolvimento Sustentável: Contribuição do Brasil foi apresentado na Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj), durante o seminário Brasil – Ciência, Desenvolvimento e Sustentabilidade. O estudo será apresentado pelos brasileiros nas reuniões do fórum. O seminário na Uerj foi promovido pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) e a Academia Brasileira de Ciências (ABC), entre outras instituições.
Resultado de um trabalho iniciado entre os anos de 2008 e 2009, o fórum ocorre pela primeira vez fora da Europa. O evento reunirá no Rio mais de 400 pesquisadores e cientistas internacionais, oriundos de 120 países. Foram feitos sete encontros estaduais no Brasil, com caráter regional, que resultaram em quatro pontos que serão propostos pelas autoridades brasileiras disse hoje (22) à Agência Brasil o secretário executivo do MCTI, Luiz Antonio Elias.
Um desses temas abrange a educação e a ética. “Tanto o olhar sobre a ciência, para o aprimoramento da educação desde a primeira infância, em um processo pedagógico mais consistente e, por outro lado, a educação na pós-graduação. O olhar da pós-graduação e do avanço da capacidade da pós-graduação, inclusive dos laboratórios científicos, para responder a esse processo”, disse Elias.
O acesso ao conhecimento é também destaque. Ele se traduz por uma maior cooperação com acesso ao conhecimento, sem restrições, salientou o secretário. “Na opinião de Luiz Antonio isso significa “olhar de forma positiva a difusão do conhecimento como uma variável importante para [fazer] crescer a capacidade científica nos países”.
Outro tema se refere à cooperação internacional, tema que Elias considera fundamental para a região latino-americana. “Como a gente pode estreitar a cooperação internacional entre os países da América Latina e da África, trazendo como consequência temas sensíveis, como a questão da saúde, na área social, e que corrijam aquilo que permanentemente chamamos de as assimetrias existentes e das questões das brechas tecnológicas”.
Luiz Antonio Elias observou que a produtividade só vai ser elevada na economia brasileira, “ou em qualquer economia”, se o Brasil tiver conhecimento local.
Outro tema que terá ênfase no fórum é a sustentabilidade. “Um olhar sobre a questão da sustentabilidade, tratando, por exemplo, os biomas brasileiros ou a biodiversidade como um todo, agregando valor com alta dimensão, mitigando processos de perda de capacidade na questão climática, mitigando processos de perda de capacidade na própria floresta”, explicou. O secretário acredita que esses são temas fundamentais, nos quais a ciência tem uma contribuição decisiva a dar.
No seminário foi feita uma declaração latino-americana e caribenha para o fórum mundial, que contou com a participação do México, do Brasil e da Argentina, ao lado de instituições brasileiras, da Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (Cepal) e da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco).
O documento será lido e entregue durante o fórum. Os organizadores contam a presença da presidenta Dilma Rousseff na solenidade de abertura. Segundo o secretário, a participação da presidenta é significativa. “É uma demonstração clara da presidenta, do governo federal sob o seu comando, que a ciência e a tecnologia são eixos dinâmicos e centrais para o crescimento da nossa economia”.
Edição: Marcos Chagas
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