Da Agência Brasil
Brasília – Os 11 condenados na Ação Penal 470, o processo do mensalão, que estão presos na Penitenciaria da Papuda, em Brasília, receberam hoje (20) a visita de deputados do Partido dos Trabalhadores (PT). Os parlamentares chegaram ao presídio, no início da tarde, em uma van.
O deputado Nelson Pelegrino (PT-BA) disse no fim da tarde, após a visita que o principal questionamento que ouviu dos condenados do mensalão, especialmente, do ex-ministro José Dirceu; do deputado José Genoino (PT-SP); do ex-deputado Romeu Queiroz (PTB-MG); e do ex-tesoureiro do PT, Delúbio Soares, foi a forma como as prisões ocorreram.
Pelegrino disse que “há um clima de revolta muito grande pelas circunstâncias como as prisões ocorreram”. Os condenados não se queixaram das dependências onde estão encarcerados. Pelegrino ressaltou que entre o grupo preso por determinação do presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Joaquim Barbosa, há uma “preocupação muito grande com a saúde do deputado José Genoino”.
Segundo ele, “todas as juntas médicas a que [Genoíno] se submeteu atestaram que ele não pode estar custodiado na unidade”. O parlamentar informou que o presídio não tem um sistema de emergência para atender o deputado se ele tiver alguma intercorrência em sua cardiopatia. “A unidade não tem como dar um pronto socorro”, disse Nelson Pelegrino.
Hoje foi o segundo dia que o grupo recebeu visitas o que, em geral, não é permitido aos familiares dos demais presidiários. As visitas aos presos que cumprem pena na Papuda ocorrem na quarta-feira e na quinta-feira. Essas visitas constantes tem irritado os familiares que pernoitam na penitenciária, em filas para pegar as senhas.
Maria da Conceição*, 32 anos, foi visitar o marido, preso há 13 anos, e se indignou com essa situação. “Nossa, eles estão tendo dois dias de visita, queria eu visitar hoje e visitar amanhã”, disse. Militantes do PT armaram uma barraca em frente ao presídio em apoio aos petistas presos
*Nome fictício. A pessoa concordou em falar desde que seu nome verdadeiro fosse preservado.
Edição: Marcos Chagas
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